Papudiskina em resposta a comunistas de Iphone – Daniel Oliveira Paixão
Ao longo da história, o socialismo e o comunismo têm se apresentado como alternativas supostamente superiores ao capitalismo, prometendo uma sociedade igualitária, livre das desigualdades materiais e das tensões sociais que delas decorrem. Contudo, a experiência histórica e a reflexão filosófica revelam que tais sistemas fracassam não apenas em sua execução prática, mas sobretudo em sua concepção teórica. A razão fundamental desse fracasso reside no fato de que ignoram um traço constitutivo da natureza humana: o egoísmo, entendido aqui não apenas como vício moral, mas como força motriz do progresso.
Adam Smith, em A Riqueza das Nações (1776), já havia observado que não é da benevolência do padeiro, do cervejeiro ou do açougueiro que esperamos nosso jantar, mas do cuidado que eles têm com o próprio interesse. Essa constatação simples, mas profunda, mostra que o egoísmo individual, quando canalizado em um sistema de liberdade econômica, gera benefícios coletivos. O socialismo, ao tentar suprimir esse impulso, destrói o mecanismo que transforma o interesse pessoal em prosperidade social.
Alexis de Tocqueville, em A Democracia na América (1835), advertiu que a busca por uma igualdade absoluta poderia levar não à liberdade, mas a uma forma de servidão suave, em que os indivíduos, em nome da igualdade, aceitariam a tutela sufocante de um Estado centralizador. Essa previsão se confirma nos regimes socialistas, onde a promessa de igualdade se converte em uniformidade da miséria e em perda das liberdades fundamentais.
Friedrich Hayek, em O Caminho da Servidão (1944), reforçou essa crítica ao demonstrar que a centralização econômica inevitavelmente conduz à centralização política, e esta, por sua vez, ao autoritarismo. A tentativa de planificar a economia em nome da igualdade elimina a espontaneidade da ordem social e sufoca a criatividade individual. O resultado é uma sociedade estagnada, incapaz de inovar, e governada por uma elite burocrática que goza de privilégios enquanto o povo enfrenta a escassez.
O caso cubano ilustra esse paradoxo de forma contundente. Enquanto o regime proclama igualdade, o que se observa é a uniformidade da carência: supermercados vazios, falta de medicamentos, ausência de liberdade de expressão e oportunidades limitadas. A educação, frequentemente exaltada como conquista, perde seu valor quando não pode ser convertida em prosperidade ou liberdade. Trata-se de uma igualdade negativa, que impede o florescimento das potencialidades humanas em nome de uma utopia inalcançável.
Portanto, a falha essencial do socialismo e do comunismo não está apenas na má gestão econômica ou na corrupção de seus líderes, mas em sua própria concepção antropológica equivocada. Ao desconsiderar o egoísmo como elemento constitutivo e funcional da natureza humana, esses sistemas constroem projetos políticos fadados ao fracasso. O egoísmo, longe de ser apenas um mal a ser extirpado, é também a energia vital que move a história. Negá-lo é condenar a sociedade à estagnação; reconhecê-lo e canalizá-lo de forma produtiva é o caminho para o verdadeiro progresso humano.
Em suma, o socialismo como meio e o comunismo como fim fracassam porque tentam moldar a humanidade a um ideal que contraria sua própria essência. Como já advertiram Smith, Tocqueville e Hayek, a liberdade individual, a diversidade de talentos e a busca por superação não são obstáculos à justiça social, mas seus fundamentos mais sólidos. A verdadeira igualdade não nasce da imposição de um nivelamento artificial, mas da criação de condições em que cada indivíduo possa, a partir de seu próprio esforço e interesse, contribuir para o bem comum.


