Relator da CPMI do INSS acusa Suprema Corte de praticar “justiça seletiva” e elogia ação da polícia no Rio

O deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados no INSS, fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (3).
Durante a oitiva do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, Gaspar questionou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que concedeu habeas corpus ao depoente, garantindo-lhe o direito ao silêncio.
Com base na decisão, Abraão recusou-se a responder às perguntas do parlamentar.
“País vive uma justiça dividida”, diz deputado
Em tom indignado, Alfredo Gaspar afirmou que o país enfrenta uma “justiça seletiva”, criticando o que considera um tratamento desigual entre criminosos comuns e corruptos poderosos.
“Nesse Brasil dividido em dois, a polícia do Rio de Janeiro está de parabéns. Bandido que não respeita a polícia, é chumbo mesmo. Mas a polícia não tem a mesma autorização pra agir contra corruptos com poder. Aí chega habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Esse Brasil não pode continuar dividido dessa forma. O povo quer justiça igualitária”, declarou.
O deputado acrescentou que, enquanto traficantes são combatidos com força, os “criminosos de colarinho branco” contam com proteção judicial.
A CBPA está entre as entidades investigadas pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano, que apura roubos e fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas.
A operação identificou desvios milionários envolvendo associações e sindicatos que descontavam valores indevidos diretamente das aposentadorias de beneficiários do INSS.
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu e obteve o bloqueio dos bens de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz e da CBPA.
(ContraFatos)


