
“Arreia”, espetáculo criado pelas irmãs nordestinas Iara Campos e Íris Campos, será visto gratuitamente pelos porto-velhenses no próximo sábado, dia 18.
O diretor, Mestre Paulinho 7 Flexas, se debruça nas ritualidades e processos criativos decoloniais a partir do estudo do corpo brincador do Caboclinho 7 Flexas do Recife, agremiação que as artistas integram há 23 anos.
Haverá duas sessões abertas ao público geral e com acessibilidade em Libras. A primeira acontece às 16h e a segunda às 19h, no Espaço Cujuba, na Rua Prudente de Moraes n° 2449, Centro, com capacidade para 50 pessoas por sessão.
Culto à Jurema sagrada
O Caboclinho é uma manifestação popular de representação das culturas indígenas dos povos do Nordeste e está ancorada no culto à Jurema Sagrada. Em 2016, a brincadeira foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
As irmãs tecem no corpo a história de uma tradição que pulsa resistência, espiritualidade e afeto. “Arreia” é dança-sonho, é corpo que brinca, é ritual em movimento. É também um gesto de retomada e reparação, ancorado nos saberes decoloniais e na força dos antepassados, para propor futuros possíveis.
O espetáculo mergulha na simbologia da Jurema Sagrada, nas relações com os mestres Zé Alfaiate e Paulinho 7 Flexas, e em tudo que se aprende com o chão, com o tempo e com os encantados. A cena é uma oferenda, um corpo que arreia para acessar memórias, transformar silêncios e afirmar existências.
Após uma temporada de oito apresentações no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, o espetáculo segue sua caminhada em direção ao Norte do País, com apresentações em Porto Velho e Belém (PA).
A circulação acontece com o incentivo do Funcultura – Fundo de Cultura do Estado de Pernambuco, fortalecendo o compromisso com a difusão de expressões artísticas que nascem da terra, da memória e da resistência.

Mais que espetáculo, “Arreia” é uma travessia, um canto de volta ao que nunca deixou de ser.
OFICINA CABOCLINHO COM ÍRIS CAMPOS E IARA CAMPOS

Com 25 vagas gratuitas e com classificação etária a partir de 12 anos, a oficina irá proporcionar um mergulho no Caboclinho. Guerra, Baião, Perré e Macumba, ritmos dessa brincadeira que traz em seu cerne as narrativas dos povos originários do Nordeste.
A preparação do corpo para luta (Guerra), o festejo como identidade (Baião), o chão como ponte para o divino (Perré), a fumaça e as plantas de poder como conexão espiritual (Macumba) serão os motes criativos e de experimentação da oficina, que terá como principal referência o corpo brincador do Caboclinho 7 Flexas do Recife.
A oficina acontece no dia 17 de outubro (sexta-feira), das 18h30 às 21h30, na Escola Mana, localizada na Rua Senador Álvaro Maia, n° 2527, Bairro Liberdade.
Não precisa ter experiência em dança para participar da oficina.
Para a retirada do ingresso, acesse o link na bio do perfil do Instagram @movimentomana.
Da Redação
Com Assessoria


