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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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NATALIDADE CAI NO BRASIL EM 2022

A DIMINUIÇÃO DA NATALIDADE E O AUMENTO DA POPULAÇÃO ANCIÃ EXIGEM UMA ATENÇÃO ESPECIAL POR PARTE DOS GOVERNANTES NO QUE SE REFERE ‘AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL AOS IDOSOS NO FUTURO.

 

NATALIDADE CAI NO BRASIL EM 2022

 

*Prof. Dr. Valmor Bolan

 

Segundo o Portal da Transparência de Registro Civil, diminuíram os nascimentos e aumentaram os óbitos durante a pandemia, a variação vegetativa teve 1 milhão de pessoas a menos, em 2021 e 2022. Esta e outras constatações que mostram a queda da natalidade em nosso País, é analisada pelo doutor em geografia e pesquisador de meio ambiente José Eustáquio Diniz Alves, em artigo publicado pelo EcoDebate. O que já vem acontecendo na Europa e nos demais países desenvolvidos, começa aqui a manifestar os resultados da queda demográfica. Num país de dimensões continentais como o Brasil, até há pouco tempo com uma população jovem pujante, os efeitos dessa realidade serão sentidos quanto mais a população envelhecer e mais graves ainda se não houver reposição populacional.

Para José Eustáquio Diniz Alves, “o fato é que o número de nascimentos no Brasil, em 2022, foi menor do que o número de nascimentos de 1952. O número de bebês retrocedeu ao nível de 70 anos atrás. E, evidentemente, não se trata de algo excepcional, mas o início de uma nova tendência. Ou seja, por volta de 2030 até 2100, o número de nascimentos anuais no Brasil será sempre menor do que o montante ocorrido em meados do século passado e o montante de óbitos será cada vez maior, a despeito do aumento da expectativa de vida ao nascer. O 1º bônus demográfico chegará ao fim entre 2035 e 2040”. Um dos efeitos dessa realidade será na Previdência Social. Recentemente houve uma reforma da Previdência em nosso País, mas confirmando a tendência do crahs demográfico, e o envelhecimento da população, novas reformas e mudanças no sistema estarão sendo debatidas. Mas em muitos aspectos com soluções paliativas, porque para a própria economia de uma nação, é muito melhor quando há uma população jovem maior. Hoje vemos, por exemplo, a situação dramática do Japão, com uma expressiva população envelhecida, e o governo japonês procurando meios para garantir novos nascimentos, por questões econômicas e sociais.

O problema mais grave do crahs demográfico é a falta de reposição populacional, quando começa, ano a ano, haver mais óbitos do que nascimentos, e esta inversão demográfica traz vários problemas, em muitos aspectos, para toda a sociedade. É preciso que haja maior conscientização da importância do equilíbrio nesta área. Uma educação voltada para a paternidade responsável, e não pela recusa em ter filhos. A questão demográfica é também uma questão de decisões políticas. Como afirma Gerard-François Dumont, “o desenvolvimento humano que cada um, de coração, auspicia para o século XXI depende em parte das respostas políticas que serão dadas às apostas demográficas”. É preciso que haja uma política de equilíbrio, para evitar o inverno demográfico e as consequências danosas para a sociedade. Um debate aberto, com especialistas de diversas áreas, seria um primeiro passo para a reflexão dessa realidade, para buscar medidas que visem evitar desequilíbrios e ajudem na busca de soluções, que preservem o bem das pessoas, em favor da vida.

 

*Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

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