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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Coluna do Xavier – CACOAL: A DAMA, OS VEREADORES E OS NARCISOS…

Por Francisco Gomes Xavier

 

CACOAL: A DAMA, OS VEREADORES E OS NARCISOS…

A eleição dos membros da Mesa Diretora de Cacoal tem causados inúmeros conflitos políticos na Capital do Café, como também tem revelado a personalidade, ou a ausência dela, na conduta de diversos mandatários de Nossa Urbe Obediana. Muitos dos conflitos verificados decorrem da visível falta de coerência de parte da edilidade, numa tentativa vã de tentar mostrar para a plebe ignara aquilo que nunca foram, no exercício da vereança, por enésimos casos que comprovam uma tese levantada, certa vez, pela ex-primeira-ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher. Ela afirmou que “estar no poder, é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é”! Os constantes discursos proferidos no púlpito do legislativo mirim e lives divulgadas por eles, cujos conteúdos trazem a insistência de serem “damas” servem como prova cabal de que a Dama de Ferro britânica tinha razão. Os exemplos são infinitamente exaustivos…

Antes de tecer maiores comentários sobre o cotidiano da Casa de Leis, precisamos recorrer à mitologia grega, para exemplificar a existência de diversos narcisos eleitos em 2020, prometendo representar a população, mas que estão, há mais de dois anos, representando apenas a mesquinhez de quem até hoje sequer conseguiu entender as próprias atribuições originadas do sufrágio popular. No caso da lenda grega, o oráculo consultado foi Tirésias; e, no caso de Cacoal, tudo nos leva a crer que o oráculo consultado pode ter sido Antunésias, Furésias ou Abdésias… Seja quem for, ninguém é capaz de entender a fértil produção de discursos controversos, incoerentes, inconsistentes, equivocados  e que, na maioria das vezes, possuem como única finalidade agradar o oráculo obediano, sem dar a mínima importância às incontáveis demandas da sociedade cacoalense. Na prática, o contribuinte paga para ver um espetáculo de quinta categoria protagonizado por diversos mamulengos da Administração Municipal que se arrogam arautos defensores da pureza do erário da Nova Cassilândia. Em todas as sessões, os narcisos tupiniquins fazem um esforço hercúleo para tentar convencer a plebe ignara de que são idolatrados em todos os rincões da municipalidade. Mas isto nunca foi verdade…

Narciso II costuma dizer que recebe, todos os dias, inúmeras mensagens de eleitores dizendo que sentem orgulho de tê-lo na vereança, mas isso é apenas falácia.  Narciso I já declarou, em uma das sessões desse espetáculo vexatório, que “não existe nenhum anjo na Casa” e que a rotina é “cobra engolindo cobra”. Esse tipo de declaração iguala a unanimidade do legislativo e os vídeos das sessões provam as declarações. Narciso-mor até hoje não disse a que veio e apenas faz prognóstico dos tempos de Rondonzinho, sem perceber que a CEPLAC nem existe mais no município. Nem convém citar os demais narcisos, porque eles estão sempre a reboque da narcisada mais cascuda. A questão que se impõe é a seguinte: se não existem anjos, e se as 12 cobras se engolem reciprocamente, como é que alguém pode sustentar a frágil teoria da pureza dos seres? Simplesmente não há virgens nesse bordel! O que existe, de fato, é que, sem os votos para impor a “Teoria da Pureza”, os narcisos resolveram bater o pé e receber os 10 mil reais que o contribuinte obediano para todos os meses, sem exercer a edilidade. Assim, fica muito fácil!!! A vereança, meus caros narcisos, é uma galinha que tem muitos pintinhos. Não existe nenhuma possibilidade de querer a galinha e ignorar os pintinhos. Também não dá para aceitar os pintinhos coloridos e ignorar os demais. Todos os mandatos no Brasil possuem ônus e bônus… Essa é a realidade que não se quer enxergar!!!

Especificamente com relação à eleição da Mesa Diretora, narcisos e edis precisaram decidir, no voto, quem tem o segundo biênio. Todos os tipos de manobras e embargos foram tentados. Até os embargos de declaração, quando não cabiam. E o magistrado do litigio explicou claramente em uma sentença as razões pelas quais não cabiam tais embargos. O magistrado foi além, e escreveu, com todas as letras, que aquela decisão tinha a finalidade de fazer uma “homenagem à clareza”. Mais claro impossível. A narcisada foi ao tribunal duas, três, ou quatro vezes e perdeu. Nas democracias, os casos que são decididos pelo voto implicam vitórias ou derrotas. A possibilidade de empate é descartada pelo critério da idade. Isso é regra! E ainda que o jus sperniandi seja uma opção, normalmente não é eterno. O problema é que o contribuinte não pode ser lesado de modo tão descarado, apenas para atender à luta pelo loteamento de sinecuras ou prebendas da narcisada. As coisas não são bem assim…

Agora, um questionamento aos meus leitores empresários e empregadores de Nossa Urbe Obediana: vocês contratariam para suas empresas seis pessoas, todas com nome de Narciso, que ganham 10 mil reais por mês, produzindo apenas arruaças, para trabalhar em suas empresas durante quatro anos? Se a resposta for afirmativa, podem ficar à vontade para contratar a narcisada, porque o contribuinte foi às urnas em 2020 e escolheu, mas não pode ficar pagando esse teatro de quinta categoria eternamente. Se a resposta for negativa, os emocionantes discursos proferidos pelos narcisos fazem parte apenas do folclore político da cidade, porque o exercício do mandato é coisa séria. E não vale, nesse teatro, imaginar que a pureza da edilidade é decidida pelo mimimi. A opção para quem discorda é adotar a decisão tomada pelo ex-vereador Bruno Trevizani, tempos atrás, quando a Câmara de Cacoal era muito mais pura. Margaret Thacher tinha razão… Tenho dito!!!

 

FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual e jornalista

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