Ministros militares decidiram evitar embate público com o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que, no fim de semana, afirmou que o Exército “está se associando a genocídio” durante a pandemia do coronavírus.
“O Ministério da Defesa já publicou uma nota a respeito, sem citar nomes. A nota é muito esclarecedora”, afirmou o titular do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. “A nota é o bastante”, emendou.
A mesma postura foi adotada por interlocutores do ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. “O Ministério da Defesa já se pronunciou”, limitou-se a responder Mourão na manhã desta segunda-feira (13).
A nota mencionada por Heleno e Mourão foi divulgada no sábado (11) pelo ministério. Nela, a pasta diz que as Forças Armadas vêm “atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros” e elenca medidas tomadas pelos militares, como barreiras sanitárias e ações de descontaminação.
Nos bastidores, militares avaliaram a primeira nota como muito branda e uma segunda nota, citando nominalmente Gilmar Mendes, passou a ser exigida do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
O comunicado chegou a ficar pronto, mas o debate passou a ser sobre a viabilidade política de publicá-lo. A avaliação foi de que ele voltaria a acirrar os ânimos entre o STF e o Planalto em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro busca distensionar a relação com os demais poderes. Fonte: osul.com.br –