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Coluna do Xavier – Cacoal: Os Candidatos, Os Redutos e As Pesquisas… (17/07/20)

Os eleitores de Cacoal realizaram, nos últimos três anos e meio, diversos protestos que tiveram como alvos os vereadores da Capital do Café. A principal razão da revolta, segundo ficou claro em diversas ocasiões, era a falta de capacidade da maioria dos membros do legislativo municipal. Muitas vezes, durante os protestos, os contribuintes afirmaram que os vereadores estavam causando prejuízos à sociedade. Agora, em 2020, haverá a eleição municipal, ocasião em que será possível ao eleitor promover, pelo voto, as mudanças que ele julga necessárias. Entretanto, e considerando alguns perfis de pré-candidatos que pretendem disputar eleições, não se pode descartar em Cacoal a possibilidade de acontecer uma bolsonarização legislativa, ou seja, um fenômeno parecido com aquele que aconteceu no Ministério da Educação do atual governo federal…

O leitor certamente quer saber o que significa a bolsonarização ocorrida no MEC e este esclarecimento é indispensável para que possamos avaliar o processo eleitoral nos municípios de Rondônia, principalmente em Cacoal. O presidente da República, Jair Bolsonaro, considerado um “Mito” pelas pessoas que odeiam os livros e a História do Brasil, tem encontrado inúmeras dificuldades para escolher um ministro da Educação que atenda às demandas da instituição e da sociedade. Desde o primeiro dia de mandato, até hoje, o MEC teve quatro ministros e uma curiosidade ficou evidente: cada vez que Bolsonaro escolheu um ministro da Educação, a mudança foi sempre para pior. Entre os quatro nomes que já ocuparam o cargo, neste governo, o melhorzinho era o colombiano Ricardo Velez, que colocou na cabeça de bagre de Bolsonaro a ideia de que, colocando alunos em fila, para cantar o Hino Nacional, filmar e mandar os vídeos para o ministro era o caminho para revolucionar a Educação no Brasil. Isso sem falar que o colombiano declarou, certa vez, que os brasileiros gostam de viajar, apenas para roubar objetos dos aviões e hotéis…

No caso de Cacoal, muitos eleitores falam em mudanças, no âmbito do legislativo,mas não sabemos que tipo de mudança pode acontecer, visto que não temos clareza do perfil exato de cada candidato. Caso fôssemos avaliar a partir de alguns nomes que já estão nas ruas se movimentando para a campanha, haveria algumas situações bem insólitas e completamente despidas de qualquer fundamento que possa sugerir serenidade. Assim, os eleitores iriam às urnas em Cacoal para fazer mudanças semelhantes às que Bolsonaro fez no MEC. Alguns pré-candidatos dizem que “nas pesquisas” estão muito bem e que possuem praticamente todos os votos nos bairros em que vivem. Há os que dizem que existem bairros e linhas “fechados” com eles. Há os que acreditam que em determinados órgãos públicos apenas eles possuem eleitores. Há os que afirmam que, em determinados setores da cidade, os eleitores não admitem sequer ouvir os nomes de outros candidatos e que votam somente no fulano. Há os que garantem que possuem o controle total de seus funcionários e que terão 100% dos votos… Na realidade, ninguém sabe onde foram feitas essas “pesquisas”, quais foram os critérios utilizados nas “pesquisas” e quais são os procedimentos científicos empregados para obter os resultados. Apenas para citar fatos bem recentes, em 2008 e 2012, quando a prefeita Glaucione Maria disputou eleições contra o petista Franco Vialeto, ela apareceu em todas as “pesquisas” da época sempre com 68%, 70%, 75% dos votos. Para citar um fato mais recente, em 2018, Marcos Rocha apareceu em todas as “pesquisas” feitas em Rondônia com 5%. 6%. 8% dos votos. Apenas para refrescar a memória dos pesquiseiros. Esses mesmos “institutos” e os mesmos “cientistas” apareceram outra vez e já estão em campo com suas novas “pesquisas”…

Os dois filósofos da honestidade deveriam dar orientações para os pré-candidatos que vão entrar na disputa em Cacoal e lembrar a esses pretendentes de cadeira que metade dos vereadores que exercem mandato em Cacoal hoje não apareceu em nenhuma pesquisa. Por sua vez, os pré-candidatos precisam saber que os votos estão garantidos, quando os mesários pregam os recibos das urnas no mural dos locais de votação. Durante este período de pandemia, as campanhas serão muito mais complicadas, porque ninguém sabe se até os registros de candidaturas, será possível a realização de reuniões. Sobre pesquisas, é bom os candidatos lembrarem que não se tem notícia de nenhum instituto de pesquisa em Rondônia que tenha acertado alguma eleição. Seria mais inteligente os candidatos partirem do princípio de que 50% da prole de Adão e Eva era assassina e 50% era gente boa, mas, no total, eram duas pessoas… Tenho dito!!!

FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Articulista

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