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sexta-feira, dezembro 20, 2024

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Criança nasce morta por falta de anestesista em hospital de São Francisco do Guaporé

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‘Saí da maternidade de braços vazios’, diz mãe de bebê que nasceu morta por falta de de anestesista no Hospital Regional de São Francisco do Guaporé

A mãe da bebê Cecília, que morreu dentro da barriga após o Hospital Regional ficar sem anestesista para o parto, usou as redes sociais e fez uma homenagem à filha. Moradora de São Francisco do Guaporé, Keylyzangela Nillio disse que durante a gestação já fazia até planos para celebrar o aniversário de um ano de Cecília, porém precisou deixar a maternidade de ‘braços vazios’.

Em seu perfil no Facebook, Keylyzangela postou uma foto feita ainda dentro do hospital, quando pôde abraçar, beijar e se despedir do corpo da filha.

“Ahhh filha, minha filhinha, minha preciosa, minha princesa. Você mudou minha vida, meu mundo, fez o mundo girar ao seu redor, tudo era você e pra você. Como te amei, filha. Cada minutos que esteve dentro da mamãe, te amei, você sabia do orgulho que a mamãe sentia da barriga, sentia de você. Até planos pro seu primeiro aninho mamãe já tinha feito.

“Você deixou mamãe sair da maternidade com os braços vazios. Eu sabia que iria chorar quando a gente encontrasse o papai do lado de fora nos esperando, mamãe chorou porque papai estava nos esperando…e você deixou mamãe sair sozinha. E nossas fotos??? Mamãe queria reproduzir várias fotinhas com você”, escreveu a mãe de Cecília.

No mesmo texto, Keylyzangela prometeu continuar amando a filha. “Pra sempre será minha princesa, minha menina, minha boneca”.

Mãe de Cecília faz homenagem e posta foto se despedindo da filha, em RO — Foto: Facebook/Keylyzangela Nillio

Denúncia de suposta negligência

Segundo denúncia feita pela família, Cecília morreu dentro da barriga da mãe por falta de um anestesista para fazer uma cesárea no Hospital Regional de São Francisco.

Isso porque Keylyzangela (na reta final da gestação) foi internada na noite do dia 18 de agosto, após se sentir mal e os médicos perceberam que a bebê estava com os batimentos cardíacos alterados. Era preciso fazer uma cesárea de emergência, mas não havia anestesista no plantão.

De acordo com o irmão da gestante, devido à falta de um profissional de plantão para fazer a anestesia, foi preciso aguardar a chegada da única anestesista terceirizada para atender o hospital, o que aconteceu só quarta-feira (19) — dia no qual estava escalada para ir ao hospital.Só então a criança foi retirada da barriga da mãe, porém não tinha mais sinais vitais.

Para a cunhada de Keylyzangela, a equipe médica de plantão devia ter transferido Keylyzangela de São Francisco para um hospital em outra cidade vizinha, mas isso não aconteceu.

“Minha cunhada teve que aguardar até o outro dia pela doutora anestesista… E fico tentando compreender como uma doutora não teve a iniciativa de convocar a anestesista ou encaminhar minha cunhada para a cidade mais próxima. Desumano”, afirma Elaine Oliveira ao G1.

Revoltada com a situação, Elaine fez um vídeo desabafando sobre a tragédia na família e chorou por não poder conhecer a sobrinha Cecília. O depoimento dela já foi assistido mais de 22 mil vezes.

O que diz a administração do hospital?

Ao G1, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), responsável pelo hospital de São Francisco, disse que atualmente o hospital só tem um profissional terceirizado para o serviço de anestesia (e este não estava de plantão no dia) e um outro médico habilitado para anestesiar encontra-se afastado.

“Atualmente existe um contrato com empresa terceirizada para prestação de serviço de anestesia com um profissional contratado para cumprimento de 20 plantões diurnos de 12 horas cada plantão”.

A saúde também alega existir um profissional médico que exercia a função na anestesia na cidade de São Francisco, mas atualmente o mesmo encontra-se em processo de aguardar aposentadoria em casa.

“Temos edital aberto para contratação de servidores para serviço de obstetrícia e anestesista, porém, deserto. Salientamos que quando a equipe médica de plantão do HRSFG vê a necessidade de realização de procedimento que demanda a presença de anestesista em turno de trabalho no qual não temos esse profissional disponível, o paciente é encaminhado para unidade de referência”, diz em nota.

Foto repercutiu

O caso Cecília ganhou repercussão depois da família postar uma foto mostrando os pais beijando o corpo da filha Cecília — retirado via cirurgia horas depois — para se despedir.

Em um texto, o pai escreveu: “Ohh meu Deus, nos ajude !!! Nós amamos tanto nossa princesinha. Papai e mamãe estão com o coração partido sem vc, meu amor”, escreveu Elizeu de Oliveira.

Fonte: G1 de RO

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