Nesta quinta-feira (27) comemora-se o Dia Nacional do Livro Didático, ferramenta de importante presença no processo educacional de alunos de todos os níveis de ensino. O Governo do Rondônia tem distribuído as edições de acordo com a necessidade de cada escola pública estadual para suprir a demanda dos estudantes atendidos pela rede.
Apaixonada pelo que faz, Gleiciane Costa é professora de Língua Portuguesa na Escola Estadual de Ensino Médio Carmela Dutra, em Porto Velho, e fala da importância do livros para o desenvolvimento dos alunos.
“Aliados aos didáticos, os livros paradidáticos são essenciais para o aumento do conhecimento dos alunos, melhoria do vocabulário, na interpretação de textos, inclusive do Enem e concursos, e é extremamente importante que a gente faça esse trabalho durante o ano letivo”, afirma a professora.
Utilizados para a aprendizagem das disciplinas ministradas na grade escolar, além dos didáticos os professores indicam, ainda, os literários que podem agregar ao conhecimento. “Os próprios livros didáticos já trazem citações e indicações de autores e obras que podem contribuir com o tema que está sendo estudado”, completa. Para isso a escola conta com uma biblioteca abastecida de clássicos da literatura, em um acervo de aproximadamente 3 mil livros.
PROJETO DE LEITURA
Entre os clássicos mais utilizados, a educadora relaciona Dom Casmurro (Machado de Assis), Os Sertões (Euclides da Cunha), Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), Capitães de Areia (Jorge Amado), entre outros que são indicados em um projeto de leitura que incentiva os estudantes do 1º ao 3º ano a mergulharem no mundo literário como fonte de conhecimento e desenvolvimento educacional.
A professora Gleiciane Costa explica que a escola trabalha com leituras obrigatórias e opcionais e todos os bimestres são indicados um livro obrigatório e outro à escolha do aluno. O resumo da leitura das obras são compartilhadas:
“Fazemos com que eles apresentem esse conhecimento em seminários, teatros, parlendas, trabalhos escritos e muitas vezes cobramos em provas escritas. Tudo para que adquiram o hábito e o prazer com a leitura, e até agora temos uma aceitação muito boa”, conta a professora Gleiciane Costa.
O projeto este ano está trabalhando neste primeiro bimestre com os alunos do 1º ano a leitura de “A Divina Comédia” (Dante Alighieri), com os do 2º ano o livro é “Amor de Perdição” (Camilo Castelo Branco), e os alunos de 3º ano estão lendo “Os Sertões” (Euclides da Cunha).
A DESCOBERTA
Aluna do 3° ano na escola, Júlia Oliveira é um dos exemplos que os livros podem fazer toda a diferença na vida estudantil. Aos 17 anos, ela lembra que os didáticos já faziam parte dos estudos como livros essenciais para o seu aprendizado, mas o gosto pela leitura cresceu com o incentivo de uma amiga que já tinha o hábito.
“Eu estava no 7° ano do fundamental, e essa minha amiga me recomendava livros diariamente, e eu comecei a descobrir a literatura. A minha escrita, a minha fala, e a interpretação, tudo melhorou muito. Meu vocabulário ficou mais rico e eu peguei mais gosto e fui lendo livros de diversas culturas, desde africanos, americanos aos brasileiros. Isso foi fundamental pra mim. Quando a gente encontra pessoas que também gostam, a conversa se expande e o conhecimento é trocado”, declara Ana Júlia, estudante.
Os didáticos, segundo Júlia, dão embasamento científico. “Os dois devem ‘caminhar’ juntos. Um completa o outro”, acrescenta. Das preferências está “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, também a autora preferida da adolescente.
A diretora do Carmela Dutra, Vera Lúcia Borges da Silva de Lima, diz que recebeu este mês a demanda de livros didáticos para suprir a necessidade dos alunos, e que sendo a escola a partir deste ano apenas para nível médio, os três períodos atendem com ensino regular aos 1.870 matriculados.
A biblioteca é um cantinho especial na escola e o acervo é bem controlado com o cadastramento dos alunos para o empréstimo das obras e devolução em prazo pré-determinado.
“Os didáticos contribuem muito com a desenvoltura dos alunos, e como o tempo é curto em sala de aula, eles auxiliam nos estudos em casa, revisão de atividades e mais conhecimento das disciplinas, e os literários agregam a esse conhecimento, gerando mais capacidade de interpretação e preparo para encarar as etapas posteriores à escola”, finaliza.
(Secom)