A Amazônia Brasileira é vítima de um desmatamento acelerado. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, 652.908 quilômetros quadrados, correspondentes a 16% de sua área, já foram desmatados. “A pressão humana na Amazônia, que era de 03% em 1970, saltou para 16%, em 35 anos, disse Jaridson Costa, presidente da H20 Amazônia Ambiental, uma Organização Não Governamental (ONG) criada em Rondônia para combater a agressão ao meio ambiente”.
Em 2004 foram desmatados 26 mil quilômetros de florestas na região. Nos dois anos anteriores o desmatamento girou em torno de 25 mil quilômetros. “Perdemos uma área do tamanho do estado de Sergipe por ano, no bioma Amazônia”, disse Jaridson. Segundo ele, as principais causas seriam a expansão das fronteiras agrícolas e o aumento das áreas de pastagens para pecuária. Ele citou como exemplo os plantios de soja que se alastram pela Amazônia brasileira, criando o chamado deserto verde.
As áreas desmatadas seguem o curso das estradas oficiais e eixos de desenvolvimento da Amazônia. “As estradas oficiais propiciam a abertura de estradas não oficiais, que não aparecem no monitoramento por satélite”, lembrou Jaridson.
Aquecimento global
Segundo Jaridson, os efeitos da perda de floresta na Amazônia são vários, mas o mais grave é a contribuição ao aquecimento global, o chamado efeito estufa, que provoca alterações climáticas da terra. “Essa perda de floresta implica também no processo de savanização da Amazônia, o que é potencializado com as queimadas, causando problemas respiratórios graves à população”, disse. Com o desmatamento e as queimadas e conseqüentemente, a destruição da fauna e da flora, muitas espécies de árvores e de animais também se tornam sujeitas ao desaparecimento.