Porto Velho/RO – Durante visita a Porto Velho, o ministro de Minas e Energias Silas Rondeau confirmou a contemplação das hidrelétricas do rio Madeira, a interligação ao Sistema de Integração Nacional e o gasoduto de Urucu Porto Velho no Plano Decenal de Expansão de Energia do Governo Federal para o Estado de Rondônia. O gasoduto Urucu Porto Velho é um investimento de R$ 1,2 bilhões, terá 520 quilômetros de extensão e deve gerar três mil empregos diretos e mais 12 mil indiretos. Quando pronto vai substituir o consumo de 1,2 milhão de litros de óleo diesel por dia, representando uma economia de R$ 60 milhões ao ano.
O projeto é aguardado com ansiedade em Rondônia e as obras já deveriam ter começado este mês, mas continua sem data definida para o início. O ministro confirmou somente a conclusão das obras, para setembro de 2009.
O gasoduto Urucu Porto Velho vai disponibilizar gás natural para a geração de energia ao sistema Rondônia e Acre e terá capacidade de vazão de 2,3 milhões de metros cúbicos ao dia. Deve proporcionar redução de 1/5 do custo atual da geração de energia, o que representa em média 25%.
A energia elétrica produzida na região norte (através de sistema térmico) é das mais caras do País, o MW/h custa R$ 517,03 contra R$ 84,93 MH/h do restante do País. A contemplação da obra também significa fornecimento de energia para outras localidades, além do alinhamento industrial e comercial da região e melhoria no meio ambiente, pela redução na emissão de produtos tóxicos lançados no ar através do óleo diesel.
Mais dois
Na região norte são aguardados a construção de mais dois gasodutos. O primeiro que liga o município de Coari/AM a Manaus, já obteve a licença ambiental em maio e deve estar em funcionamento dentro de 22 meses. O investimento é na ordem de R$ 1 bilhão. O segundo deve ligar Urucu/AM a Porto Velho, em Rondônia.
Para a concretização das duas obras será necessária a construção de duas estradas de 15 a 30 metros de largura, por toda a extensão dos gasodutos. Essas estradas ligariam duas importantes cidades da Amazônia: Manaus e Porto Velho, porém gera especulação sobre nova frente de migração, ocupação desordenada e desmatamento.
Ambientalistas defendem que a rota dos gasodutos pode abrir as portas para que madeireiros, mineiros, fazendeiros e lavradores provoquem o desflorestamento de áreas protegidas, em alguns casos habitadas por grupos indígenas extremamente isolados.
Urucu
A primeira parte do projeto de exploração da reserva foi realizada em 1998, com a construção de um gasoduto ligando Urucu à cidade de Coari. Ao longo do trajeto de 280 km, o gasoduto trouxe impactos socioambientais negativos para as comunidades locais e a floresta.
Impacto
No “Plano de ação para a prevenção e controle do desmatamento da Amazônia” do grupo interministerial coordenado pela Casa Civil e que reúne onze ministérios, o projeto do Gasoduto Urucu-Porto Velho é considerado uma das quatro obras de maior impacto ambiental na Amazônia brasileira. O Plano foi apresentado em março deste ano.