A Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) passou a orientar e monitorar com mais rigor todas as notificações de casos de meningite ante o número de ocorrências registradas, que só nos dois primeiros meses de 2020 já levaram quatro pacientes a óbito em Rondônia, segundo dados da própria Agência divulgados esta semana em Porto Velho.
De acordo com diretora do órgão, enfermeira Ana Flora Gerhardt, em termos proporcionais os números de casos registrados nesses dois primeiros meses são semelhantes aos registros de 2019, diferentes apenas quanto à letalidade, eis que no ano passado foram 48 ocorrências com nove óbitos, e nesses dois primeiros meses de 2020 foram registrados apenas seis casos, mas com quatro óbitos, o que, segundo ela, é um dado preocupante que merece toda atenção.
Segundo esses dados divulgados pela Agevisa, este ano foram registrados cinco casos no Município de Cacoal, dos quais três resultaram em mortes, e um caso fatal em Ji-Paraná, fazendo frente aos números de 2019, que teve Porto Velho como campeã das ocorrências de casos de meningite, com 30 infectados confirmados, seguido de Cacoal com 10, Ji-Paraná 3, Vilhena 2, Machadinho, Ouro Preto do Oeste e Cerejeiras, cada um com o registro de um caso da doença no período, resultando em nove óbitos.
Ana Flora informou ainda que a Agência de Vigilância mantém um planejamento contínuo para o enfrentamento da meningite – que pode ser viral ou bacteriana -, com orientação, capacitação de técnicos, supervisão e monitoramento das ocorrências. Ela explicou que no período chuvoso a Agevisa intensifica essas atividades em virtude da proliferação da forma bacteriana da doença, considerada a mais grave, podendo levar o paciente à morte em apenas 24 horas. Já meningite viral, que também pode levar a óbito, é mais comum no período de verão com a estiagem.
MENINGITE MENINGOCÓCICA
A diretora da Agevisa, Ana Flora Gerhardt, anunciou reforço no trabalho de orientação e monitoramento dos casos de meningite em Rondônia
Na verdade, são muitos os tipos de meningite, entretanto, a meningocócica é considerada a mais perigosa e letal entre todas as variações da doença. No meio científico ela tida como em uma forma altamente infecciosa por bactéria e se estabelece com uma grave inflamação das meninges (a fina camada que circunda o cérebro e a medula espinhal).
De acordo com pesquisas divulgadas pela Médicos sem Fronteiras que atua na África, entre o Senegal e Etiópia, região chamada de “Cinturão Africano da Meningite”, pessoas infectadas pela bactéria Neisseria meningitidis geralmente carregam a doença sem a manifestação dos sintomas e espalham a bactéria através da tosse e de espirros, que em ambiente pequenos e superlotados tem o meio mais propício para disseminação da doença.
Segundo esses estudos divulgados mundo afora, os sintomas da meningite meningocócica podem variar, mas entre os sinais e sintomas mais comuns estão a sensação geral de cansaço, febre alta repentina, dor de cabeça grave e persistente, rigidez do pescoço, náuseas ou vômitos, desconforto provocado pela luz, sonolência ou dificuldade de despertar, dores nas articulações, confusão ou outras mudanças mentais. Da mesma forma, uma mancha de pele avermelhada ou púrpura é um sinal muito importante a ser observado. Se não ficar branco quando você pressiona um copo contra ele, a erupção cutânea pode ser um sinal de envenenamento de sangue. Nesse caso, segundo orientação da Agevisa, é importante procurar uma emergência médica.
Fonte
Texto: Cleuber Rodrigues Pereira
Fotos: Frank Néry e Daiane Mendonça
Secom – Governo de Rondônia