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Porto Rolim desponta como atração turística

Porto Rolim/RO – A pesca esportiva não é a única atração da localidade de Porto Rolim de Moura do Guaporé, na região de Alta Floresta do Oeste. O local, que a partir dos últimos dois anos, se tornou um dos mais procurados pelos turistas no Estado, encanta tanto por suas belezas naturais, quanto pela hospitalidade de seu povo. Uma gente simples, espontânea e sempre pronta para largar o que está fazendo para atender bem a quem vem de fora.

Porto Rolim tem cerca de 600 habitantes. No local há uma igreja católica, duas evangélicas, uma escola, um posto de saúde, um ginásio de esportes, um campo de futebol e pequenos comércios. As opções de lazer são a pesca, os passeios de barco pelos rios Mequéns e Guaporé e os bailes realizados nos finais de semana.

Em Porto Rolim o turista se depara com um cenário repleto de matas nativas, águas calmas, pássaros e peixes de várias espécies. Os animais podem ser vistos nas margens do rio, geralmente fugindo da proximidade dos curiosos. Os botos cor-de-rosa são os mais sociáveis. Em alguns momentos eles demonstram estar se exibindo para os visitantes.

Em terra, a principal opção é conhecer a história e o modo de vida dos moradores que nasceram na pequena localidade. Ladislau Gomes, 78 anos, é um dos mais procurados pelos que vem de fora, quando o assunto é conhecer o surgimento de Porto Rolim e a história de sua gente. Ele conta que ao contrário de muitas outras pessoas que nasceram no local, preferiu ficar e aguardar o progresso. “Sempre acreditei na chegada do desenvolvimento, afinal, aqui também é Brasil”, disse.

Outro bom contador de histórias é Gervazio Gonçalves, de 70 anos. Ele já foi picado por cobra e teve que enfrentar onças e jacarés. Questionado se era o homem que havia escapado de um jacaré, ele responde: “Não, foi o jacaré que escapou de mim”. Deixando as brincadeiras de lado, Gervazio conta que o ataque de um jacaré, durante uma pescaria, foi a situação mais perigosa que já enfrentou. O animal só não conseguiu matá-lo, porque ao morder sua perna, abocanhou também uma árvore que estava a seu lado e acabou não conseguindo fechar a boca. “Foi um dia em que vi a morte na vista”, recorda ele, enquanto mostra as cicatrizes deixadas pelo bicho em sua perna direita.

Os que chegaram depois

O empresário Rone Edson da Silva já faz parte do grupo dos novos moradores. Ele deixou a cidade de Campinas (SP) para morar em Porto Rolim. Nas duas primeiras vezes se deslocou ao local para pescar, em companhia de amigos. Na terceira vez convenceu a mulher a acompanhá-lo em uma temporada de seis meses, mas o prazo foi se estendo e o casal acabou decidindo fixar residência na pequena localidade. “Sempre gostei de pescar e quando cheguei aqui me apaixonei pelo povo e pelo lugar”, disse.

Cristina, esposa de Rone, também se adaptou bem ao local. “Ele me chamou para passar seis meses aqui e essa temporada já dura dois anos”, afirmou. Satisfeita com a opção que fez, ela conta que o maior peixe que já pescou no local foi um exemplar de Pirarara, de 28 quilos.

Claudionor José Dias, conhecido na localidade como Fumaça, chegou há cinco anos e há dois, administra o estacionamento que dá acesso ao rio, na chegada de Porto Rolim. Cobrando 10 reais a diária, ele e um funcionário cuidam dos veículos dos turistas dia e noite. Fumaça trabalha também na orientação do visitante em relação as opções turísticas da região. “Temos indicação tanto para quem quer permanecer em locais abertos, quanto para os que preferem espaços mais reservados”, explica.

União de forças

Em Porto Rolim as entidades de classe realmente unem forças. A Polícia Militar Ambiental trabalha junto com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e com a Associação Ecológica Comunitária de Conservadores do Rio Guaporé e seus Afluentes (Ecomeg), criada recentemente por moradores locais. O objetivo do trabalho em conjunto é defender a preservação ambiental e incentivar o turismo. “Trabalhamos com fiscalização e educação ambiental”, explicou o presidente da Ecomeg, Delmácio Ferreira Alvez.

O cabo Jairo Feitosa, comandante do grupamento local, explicou que a fiscalização é feita por água e por terra e que apesar da grande extensão da área, não há grandes problemas. Segundo ele, o trabalho é mais de orientação do que de repressão. “A maioria dos turistas já sabe como deve proceder em um local como Porto Rolim”, disse.

Alex Maroni, de 18 anos de idade, também faz parte do grupo de defesa de Porto Rolim. Ele chegou há quatro e não pretende deixar o local, onde trabalha como guia turista e piloteiro. Enquanto está trabalhando, segundo ele, sua preocupação se concentra na defesa da natureza e na segurança do visitante. “Eu gostaria que eles não bebessem demais, não tirassem os coletes e nem deixasse lixo aqui”, recomenda.

Estrutura oferecida

Em Porto Rolim, há a disposição do turista, quatro hotéis de pequeno porte, com diárias que variam de 15 a 50 reais, incluindo o café da manhã. As demais refeições são servidas a parte e apenas quando são solicitadas. O custo do almoço é de cerca de 10 reais, por pessoa. Para maior segurança, as reservas devem ser feitas antecipadamente.

A opção mais segura para o visitante é manter contato com a Ecomeg, pelo telefone 69 3646 3019. A associação cuida de tudo para o turista, providenciando inclusive barco e piloto. O custo é de 140 reais a diária do barco, com motor e piloteiro.

Acesso

Porto Rolim está localizado a 700 quilômetros de Porto Velho. O acesso em via terrestre a partir de Porto Velho é pela BR 364. Após Presidente Médici deve-se entrar na RO 479, transitar por 50 quilômetros até Rolim de Moura, seguir então pela R0 383 até
Alto Alegre por aproximadamente 65 quilômetros e em seguida seguir outros 130 pela RO 490, até as margens do Rio Mequéns, onde está localizado o Estacionamento do Fumaça.

Em via fluvial, o turista deve seguir a partir de Pimenteiras do Oeste, pelo rio Guaporé e seu braço que deságua no rio Mequéns, em frente à Rolim de Moura do Guaporé, numa distância de aproximadamente 250 quilômetros. Em barcos regionais de turismo esse trecho é percorrido em 30 horas. Numa lancha com motor de 90 hp, esse tempo se reduz para cinco horas. Em uma voadeira com motor de 15 hp, são necessárias nove horas. Saindo de Costa Marques, são aproximadamente 330 quilômetros navegando pelo Rio Guaporé.


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