Os testes começam na próxima segunda-feira e serão feitos em profissionais de saúde.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está recrutando voluntários no Rio de Janeiro para a pesquisa que investiga a eficácia da vacina BCG contra o novo coronavírus.
Os testes começam na próxima segunda-feira (16) e serão feitos em profissionais de saúde, por causa do maior risco que eles têm de exposição a patógenos, ou seja, bactérias, fungos, protozoários e vírus.
A BCG, utilizada para prevenir as formas graves de tuberculose na infância, também é reconhecida por gerar uma resposta imunológica ampla contra outras infecções.
De acordo com a responsável pelos testes no Rio de Janeiro, a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcolmo, diversos estudos em outros países já consideram que a BCG pode pelo menos evitar quadros graves de covid-19.
“Estudos mostraram que diversas pessoas vacinadas com a BCG tinha uma menor mortalidade. Então, isso explica o que nós chamaríamos de imunidade treinada. Ela treinaria o organismo para responder de uma maneira inteligente, digamos assim, a outras viroses. Enquanto outras vacinas geram uma resposta imune de memória, que é aquela na qual nós reconhecemos o mesmo antígeno, o vírus, quando ele nos ataca uma segunda vez. Então, a hipótese é que a BCG possa realmente proteger contra a covi-19, ou evitando casos, ou atenuando a gravidade dos casos que eventualmente houver.”
Na Grécia, um estudo de revacinação com BCG em idosos demonstrou uma redução de 79% nas infecções respiratórias após um ano de acompanhamento.
E, na África do Sul, estudos mostraram que a vacina reduziu em cerca de 73% esses casos.
A investigação realizada aqui, pela Fiocruz, compõe o Brace Trial, ensaio clínico liderado por um centro de pesquisa australiano, que vai vacinar 10 mil voluntários naquele país, no Reino Unido, Espanha, Holanda e Brasil.
Além das mil pessoas que serão acompanhadas no Rio de Janeiro, a Fiocruz vai testar a vacina em outros 2 mil profissionais de saúde em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Todos passarão por entrevista, serão testados para covid-19 e serão monitorados pela equipe de pesquisa por até um ano.
Fonte: NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL, com informação da Agência Brasil