Depois de incertezas quanto às eleições neste ano atípico, o mais duro dos últimos anos e talvez, para a maioria de nós, o mais difícil de nossas vidas, o TSE diplomou a maioria dos eleitos em todo o Brasil. Em Cacoal foram diplomados os 12 vereadores, o prefeito e o vice-prefeito eleitos. Em duas semanas todos serão empossados e iniciam nova etapa em suas vidas.
No caso específico de Cacoal, a maioria dos eleitos experimenta o poder político pela primeira vez. Para o prefeito eleito, que já teve participação política como vereador e como deputado estadual, será a vez de mostrar que está preparado para exercer o seu cargo também no executivo. Ele teve a maior votação da história de Cacoal no que diz respeito à eleição para prefeito, o que aumentou ainda mais a sua responsabilidade. Teve inclusive votação maior do que a de candidatos a deputados federais e de senadores aqui no município. Só para se ter uma ideia, o candidato a senador mais bem votado nos dois anos antes, obteve pouco mais de 20 mil votos. Já Adailton Fúria teve mais de 25 mil votos. Portanto, sua votação só não foi maior do que a de candidatos a governador e a presidente da república em nossa cidade, mas teve mais votos do que qualquer outro candidato a prefeito, deputado federal ou a senador.
Qualquer um que fosse o eleito, sabia que a missão seria difícil, já que nos últimos quatro anos, a cidade teve um salto de qualidade, pelo menos no que diz respeito à infraestrutura urbana e rural. As ruas que antes eram esburacadas estão quase que totalmente recuperadas. Óbvio que há outros problemas além de buracos e asfaltamentos de ruas, mas a manutenção dessa infraestrutura também é de responsabilidade do novo prefeito que assume em 1º de janeiro e ele irá trabalhar para conciliar todas as agendas e ações no âmbito municipal.
O desafio para o prefeito que assume logo após “as festas de fim de ano” são enormes. Fúria é o primeiro prefeito da história de Cacoal a assumir o mandato durante uma pandemia. As pessoas continuam morrendo de covid-19, apesar da SEMUSA ter obtido bons resultados em sua política de enfrentamento à pandemia, mas que ainda assim a cidade sentiu a perda de quase 50 de seus ilustres cidadãos neste ano de 2020 em razão dessa doença.
O novo prefeito pelo menos chega em um momento em que o governo federal finalmente fez o compromisso de organizar já no início do próximo ano um calendário de vacinação contra essa doença que se alastrou pelos quatro cantos do Brasil e de todo o mundo.
A Câmara Municipal também vive a expectativa especialmente dos 10 vereadores eleitos pela primeira vez e que aguardam ansiosos pela assunção de seus cargos em primeiro de janeiro. Dos atuais vereadores que concorreram à reeleição, apenas dois conseguiram ser reeleitos. Um deles, o atual presidente, Valdomiro Corá; o outro, é o “socialista” Paulinho do Cinema. As aspas explicam como os políticos brasileiros usam os partidos os muitos partidos como estratégia para facilitar o caminho em busca de sua eleição. É obvio que a gente sabe que Paulinho do Cinema nunca teve afinidade com o socialismo, mas foi para o partido na esperança de que lá as suas chances seriam maiores. Provavelmente também teria sido eleito pelo PP, caso permanecesse no partido, mas optou pela mudança.
Quando o político troca de partido, ele está simplesmente dizendo que a sigla é o que menos conta. O nome do Partido deveria representar uma ideologia, uma parte da sociedade que defende um ideal, um jeito de fazer política. A acepção da palavra significa que um país que tenha vários partidos busca a pluralidade e o respeito à sociedade, já que temos pessoas com variadas ideologias, convicções religiosas e filosóficas etc. Essas pessoas esperam ser representadas através dos vários “partidos” e assim as partes se conformam para a formação do todo em seu aspecto plural.
Enfim, falta duas semanas para os eleitos assumirem seus mandatos e cada um deles sabe da responsabilidade que tem. Nós, enquanto sociedade, temos que torcer muito para que o prefeito eleito e os 12 vereadores consigam atender às nossas demandas como sociedade. As eleições de 2020 entram para a história e as pessoas de bem, que querem o progresso de nossa cidade, certamente estão torcendo para que os 14 eleitos (o prefeito, o vice e os vereadores) consigam atender às expectativas de seus eleitores e surpreendam também a todos os demais cidadãos que optaram por votar em outros concorrentes e também daqueles que, descrentes com a política, decidiram boicotar as eleições ao não irem às urnas ou a anularem seus votos.
DANIEL OLIVEIRA DA PAIXÃO