Além de importar 2 milhões de doses prontas, o governo pretende receber em janeiro ingrediente para fabricar outras 210,4 milhões de unidades do mesmo imunizante
Cada unidade de um lote de 2 milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca vai custar US$ 5,25 – ou seja, R$27,90, informou a Fiocruz nesta terça-feira, 5. No total, o negócio será de cerca de R$ 59,4 milhões.
Além de importar 2 milhões de doses prontas, o governo pretende receber em janeiro ingrediente para fabricar, na Fiocruz, outras 210,4 milhões de unidades do mesmo imunizante ao longo de 2021. O laboratório brasileiro assinou um contrato de “encomenda tecnológica” com a AstraZeneca. As doses concluídas no Brasil devem ser entregues a partir de fevereiro. Em média, o governo pagará US$ 2,3 (R$ 12,25) pelo ingrediente necessário para fabricar cada unidade da vacina.
O imunizante da Pfizer, cuja cumpra também é negociada pelo governo federal, custa cerca de US$ 20 (R$ 106,52) por unidade. O valor entre a empresa e o ministério, porém, é desconhecido. A Pfizer já disse que deve ser menor, pois o Brasil participou da pesquisa clínica de desenvolvimento da vacina contra a covid-19. Ela tem eficácia média de 95%, mas exige temperatura de armazenamento de -70 graus.
No escuro
A negociação para comprar doses prontas da vacina de Oxford foi feita no fim de 2020, com o governo pressionado para antecipar o calendário de imunização. Apesar de usar a falta de registro na Anvisa como justificativa para negar a compra imediata de doses da Coronavac (chinesa) e da Pfizer (americana), o ministério aceitou a importação de doses da AstraZeneca, mesmo sem conhecer o valor do negócio.
Em 29 de dezembro o ministrro Eduardo Pazuello esteve com representantes da AstraZeneca, que ofereceram o produto pronto para a importação. Em 31 de dezembro, a Fiocruz pediu à Anvisa o aval para trazer as doses. Horas mais tarde, o Ministério ainda questionava o laboratório brasileiro e a AstraZeneca sobre qual o valor de cada dose do produto. Procurado, o Ministério não se manifestou sobre a importação.
Fonte: Estadão Conteúdo, com informações do jornal O Estado de S. Paulo.