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Coluna do Xavier – Cacoal: A Política, o futebol e a religião… (08/01/2020)

Francisco Xavier E1599229223641

A população de Cacoal começa a viver um novo ano… As festas de fim de ano ficaram para trás, as brincadeiras de amigo-secreto ficaram para trás e o aniversário de emancipação político-administrativa do estado de Rondônia ficou para trás.  Assim, é hora de começar 2021 e enfrentar os grandes desafios que este ano deve oferecer, por causa da Covid-19 e outros problemas políticos, administrativos e econômicos. A Covid-19, aliás, não ficou para trás e, certamente, ainda fará milhares de vítimas neste novo ano. Por estes e outros motivos, precisamos refletir e discutir sobre todos os problemas que temos e discutir, principalmente, a busca constante de soluções. As soluções precisam ser técnicas, eficazes e sólidas…

O meu leitor certamente já ouviu alguém declarar que “política, religião e futebol são assuntos sobre os quais as pessoas não devem discutir”.  É difícil saber com precisão de onde surgiu esse chavão, mas não existe pensamento mais estúpido e infundado do que esse. Política é a constante relação de pessoas na organização social; não existe nenhum ser humano que não seja político. A política está em absolutamente todas as atividades praticadas pela sociedade: no trabalho, na família, no lazer, na cultura, no esporte, na religião

… Em Cacoal, por exemplo, política e religião caminham sempre muito juntas em todas as administrações, desde Catarino Cardoso dos Santos, até os dias atuais. O curioso é que ainda existem muitas pessoas que acreditam, quando algum político declara: “eu não sou político”, “eu nunca fui político” … Apenas as pessoas abortadas nunca foram políticos. Quando o bebê de 10 ou 15 dias chora, ele está reivindicando o peito ou o colo da mãe… Quando o adolescente irresponsável pede ao pai que compre uma moto para ele empinar, está fazendo política…

Agora, esclarecido que não existe ser humano que não seja político, vamos à seguinte analogia: alguém, em sã consciência, acredita que Felipe Melo seria convocado para a seleção brasileira de futebol, em 2010, pelo critério técnico? Alguém, em sã consciência, acredita que Parreira se recusava a convocar Romário, em 1994, pelo critério técnico? É lógico que não!!!! Qualquer jogador veterano da União Cacoalense é muito melhor que Felipe Melo; e nenhum jogador da seleção brasileira de futebol, dos últimos 30 anos, tem o nível de Romário. Na seleção brasileira, impera a política e a religião; na seleção brasileira, nenhum jogador é convocado, sem ser apadrinhado pelos cardeais da CBF, que são controlados pelos cardeais da Nike, das empresas de bebidas, dos bancos privados… Por essas razões, o futebol precisa ser discutido pelas pessoas que desejam a qualidade. Se não houvesse a ampla e acirrada discussão em 1994, Romário não teria ido à Copa do Mundo. No caso da religião, nenhum cardeal pode ser eleito Papa, se não houver unanimidade na votação. O leitor acredita que os papas são eleitos sem discussão?? Quanta inocência!!!!

No universo político, não é diferente do futebol e da religião. Somente pessoas muito atrasadas imaginam que não se deve discutir sobre política, futebol ou religião. Quem divulga essa ideia tem duas razões específicas: ou não tem argumento para defender seu ponto de vista; ou tem intenção de esconder alguma verdade. Vamos imaginar que o prefeito eleito em Castanheiras, município de 3.000 habitantes, localizado na Źona da Mata, fosse escalar seus secretários. Logicamente que a população de Castanheiras esperaria que fossem nomeadas pessoas com qualificação técnica comprovada, porque as indicações políticas e religiosas acabam com qualquer administração, ou com qualquer time. Observe que a seleção brasileira de futebol, a cada ano, fica mais distante de conquistar o título mundial. Por que isso acontece? Porque o senhor Adenor Leonardo Bachi convoca para o time, por influencia religiosa, apenas jogadores de fora, que vivem na Europa. Esses jogadores não conhecem a realidade brasileira; e muito menos a realidade de Castanheiras…

As promessas de campanha estão sempre voltadas para o ideal, para técnico e para o atendimento de qualidade às demandas da sociedade. O problema é que, passadas as eleições, todos os felipes melos viram titulares absolutos, todos os romários são colocados no banco de reservas e os cardeais que passaram a campanha inteira sumidos passam a mandar nos eleitos. Por causa disso, se nada mudar nos próximos meses, estamos caminhando para um Brasil x Alemanha em que as normas eclesiásticas serão determinadas pelas flores de liz cacoalenses, como previram os dois filósofos da honestidade… Tenho dito!!!!

FRANCISCO XAVIER GOMES 

Professor da Rede Estadual e Articulista

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