O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou, hoje, que a produção de três vacinas nacionais avançaram para a fase de testes com voluntários, como candidatas a imunizantes para o combate da covid-19. Ontem, o pedido de uma delas, elaborada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, foi protocolado junto à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), segundo informou Pontes.
Hoje pela manhã, por volta das 8h, o governo de João Doria (PSDB) anunciou a ButanVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, também como candidata a imunizante contra a covid-19. A diferença entre os anúncios do governo paulista e do governo federal foi de cerca de sete horas, portanto.
“Do meu ponto de vista deve ter sido uma coincidência que ele [Doria] apresentou em São Paulo, o que é bom para o país. A gente precisa ter várias vacinas nacionais. É importante”, declarou Pontes a jornalistas, em Brasília.
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentam negar que a iniciativa seja uma reação a Doria, mas fizeram questão de destacar alguns pontos em que, na avaliação deles, o governo de São Paulo estaria mentindo.
De acordo com fontes do Planalto ouvidas pelo UOL, o governo paulista ainda não teria condições de cumprir o calendário anunciado, como iniciar a produção em abril, já que as linhas de produção estariam com produção de outras vacinas (influenza) ocupadas até maio.
Outro argumento que os auxiliares tentam reforçar para diminuir o anúncio de Doria é de que o governo de São Paulo não estaria sendo transparente, ao não divulgar de onde virão os recursos para a produção da ButanVac.
(Carla Araújo e Michael Verissimo – Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo – Do UOL)