Espigão do Oeste – A prefeita Lúcia Tereza dos Santos (PTB) disse que apesar do esforço da Polícia Federal em cumprir a lei, inibindo a ação de garimpeiros, a garimpagem na Reserva Indígena Roosevelt nunca foi totalmente paralisada. “Trata-se de uma missão impossível, mesmo com todo o preparo e idoneidade da Polícia Federal”, disse. Segundo ela, além dos índios ser favoráveis a exploração, os garimpeiros também estão desesperados pela falta de política no setor.
De acordo com a prefeita, o garimpo representa geração de empregos diretos, indiretos e esperança para o País, além de muito otimismo. “Quando as riquezas naturais são exploradas de forma regular e organizada, os benefícios delas se estendem por longo prazo”, disse.
Só conseqüências ruins
Por enquanto, segundo a prefeita, o garimpo só trouxe conseqüências ruis para o município de Espigão do Oeste, o que poderia ser totalmente diferente com a legalização. “Basta dizer que tivemos que enterrar homens e mulheres trabalhadores, sem identidades”, disse a prefeita, se referindo ao massacre ocorrido dentro do garimpo, que resultou na morte de 29 garimpeiros.
Entre outros pontos negativos da atual situação, a prefeita citou o fato da permanência de no mínimo 2 mil homens no município, na expectativa da legalização. Segundo ela, são cidadãos carentes de tudo, não só de recursos financeiros, mas também de conforto para o espírito. “Aí começam a beber e a gerar problemas, principalmente nas áreas de segurança e de saúde”, disse.