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Coluna BOCA MALDITA: BAIXARIA LEGISLATIVA (Edição impressa 23.04.2021)

Boca Maldita

CAMPANHA DE VACINAÇÃO – A equipe responsável pela vacinação contra a covid-19 em Cacoal precisa fazer um levantamento urgente para saber quantas pessoas de faixas etárias já vacinadas ficaram sem receber o imunizante. Em diversos bairros da cidade e linhas rurais, há muitos idosos com idade superior a 60 anos de idade e que ainda não foram vacinados. Muitas dessas pessoas dizem com naturalidade que não sabiam sobre as datas e locais de vacina. A Secretaria de Saúde de Cacoal precisa lembrar que nem todas as pessoas idosas usam as redes sociais e que muitos desses idosos moram sozinhos. É necessário que as campanhas de vacinação sejam mais massificadas para levar as informações a todos os setores da cidade. Caso isso não seja feito, muitos idosos podem se tornar vítimas da covid-19 futuramente, por não terem recebido a vacina. Para vários assuntos de menor importância a prefeitura de Cacoal já colocou carro de som nas ruas da cidade. Fica a dica!

CASAS POPULARES – A polêmica envolvendo o sorteio de casas populares em Cacoal parece caminhar para uma solução, visto que, esta semana, os vereadores e o prefeito Adailton Fúria resolveram enviar ao Ministério do Desenvolvimento Regional um documento da administração municipal reconsiderando os fatos. Caso esta medida seja mesmo efetivada, as 300 famílias sorteadas e mais 150 suplentes podem ter um pouco de alívio, após tantas ameaças de cancelamento do sorteio. É bom ficar claro que ainda haverá um longo caminho e somente depois é que as pessoas sorteadas poderão serem chamadas para tomar posse das casinhas. Entre os 12 vereadores, o único que não assinou o documento enviado pela Câmara de Cacoal ao prefeito foi o vereador Luiz Fritz, porque ele entende que deveria haver novo sorteio. Vale ressaltar que a ideia da administração e dos vereadores é que seja feita uma perícia no computador usado para o sorteio, mas ainda não há data para isso. Essa perícia será determinante para manter os resultados do ano passado.

FAMÍLIAS SEM TETO – Essa situação referente ao conjunto Cidade Verde não resolve o problema da falta de moradias em Cacoal, não importa a solução que se tenha ao fim da polêmica iniciada pela intenção do prefeito de cancelar o sorteio. Bem no começo do processo de cadastramento de famílias para a aquisição das casinhas havia um número bem maior de famílias. Pelas informações que se tem, o processo começou com mais de 10 mil pessoas, depois ficaram 5 mil, depois 2.800 e finalmente 300 famílias. Então, os políticos da cidade precisam buscar meios para a construção de novos conjuntos habitacionais para tentar diminuir a quantidade de famílias que precisam de casa em Cacoal. A polêmica envolvendo as 300 casas do conjunto Cidade Verde não pode encerrar as discussões e busca por novas moradias e a entrega das casas já em fase final de construção está longe de ser a solução para os problemas de famílias sem teto no município. Os políticos que brigam hoje para buscar popularidade com as 300 famílias contempladas no sorteio ocorrido em 2020 deveriam acordar e procurar novos recursos para construir outras muitas casinhas.

BAIXARIA LEGISLATIVA – Na sessão da última segunda-feira, a baixaria rolou solta no Plenário da Câmara de Cacoal. Os vereadores Paulo Henrique Silva, Paulinho do Cinema e Edimar Kapiche protagonizaram uma confusão que deixou muitos vereadores da legislatura passada com saudade. A confusão começou quando Paulinho do Cinema usou a palavra no Grande Expediente e declarou que seu colega Paulo Henrique era leviano e ingrato. Segundo Paulinho do Cinema, o vereador Paulo Henrique teria declarado em uma reunião que a viagem realizada pelos vereadores Edimar Kapiche e Paulinho do Cinema a Brasília era uma tentativa de buscar holofotes políticos para aparecerem como heróis, em relação à polêmica história das casinhas do conjunto Cidade Verde. Os discursos inflamados dos vereadores deixaram bem claro que o jogo de egos é um problema que deve durar por quatro anos na Casa de Leis de Cacoal. Não houve canivete e nem xícara de café voando, mas a confusão vai aos poucos consolidando a câmara atual como irmã gêmea da anterior.

COMISSÃO INEXISTENTE – Durante aquela sessão de baixaria que aconteceu no Plenário da Câmara de Cacoal, o vereador Paulo Henrique questionou os colegas e disse que uma comissão havia sido eleita dentro da Casa para tratar dos assuntos ligados ao sorteio das casas populares. O vereador disse ainda que ele havia sido eleito presidente da tal comissão pelos seus pares. Após as declarações do vereador Paulo Henrique, seus colegas Paulinho do Cinema e Edimar Kapiche reagiram imediatamente, dizendo que não havia nenhum documento que comprovasse a história e que nunca votaram no colega para presidir comissão nenhuma. Este fato revela que muitas coisas dentro da Câmara de Cacoal estão funcionando a partir do improviso e do disse-me-disse. Se existe uma comissão na Casa que não foi instituída por nenhuma resolução e se foi constituída, esta comissão está agindo em nome da instituição. Mas assim, fica clara a desorganização.

COMISSÃO DE ÉTICA – Indignado com as declarações do colega, o vereador Paulo Henrique pediu à Mesa Diretora da Casa que tome todas as medidas cabíveis para que a Comissão de Ética da Câmara de Cacoal abra um procedimento para apurar a conduta do vereador Paulinho do Cinema. Em revide, Paulinho do Cinema declarou que a Comissão de Ética pode fazer todos os procedimentos que quiser, porque ele não tem medo de comissão nenhuma. A confiança do vereador Paulinho do Cinema está fundamentada no fato de que a Comissão de Ética da Câmara vai trabalhar para engavetar todos os pedidos desta natureza. Recentemente, chegou à Casa de Leis um pedido de cassação do mandato do vereador Corazinho, assinado pelo ex-vereador Mário Angelino Moreira (Jabá Moreira), mas dificilmente será discutido na Casa. Já existe uma movimentação interna para que o presidente João Paulo Picheck providencie o arquivamento do pedido. Este deverá ser o destino de qualquer outro pedido de punição aos vereadores. Pelo discurso do vereador do Cinema, a Comissão de Ética vai continuar sem ter nenhuma função.

COMUNIDADES INDÍGENAS – Os vereadores de Cacoal precisam, com urgência, fazer um estudo sobre as comunidades indígenas do município. Na última segunda-feira, na sessão ordinária da Câmara de Cacoal, uma solenidade foi realizada para homenagear os povos indígenas e o grau de desinformação sobre o assunto foi alarmante. Ao usar a palavra, o vereador Magnison Mota chegou a dizer que as instituições de ensino deveriam doar bolsas para as comunidades indígenas para que, no futuro, possa haver professores, enfermeiros, médicos, engenheiros e outros profissionais indígenas no estado e no país. Em Cacoal existem dezenas de profissionais indígenas em diversas áreas e na sessão onde o vereador Magnison fez as declarações havia alguns deles que possuem cursos de mestrado e doutorado. Dentro da Câmara de Cacoal existem muito mais vereadores sem escolaridade do que nas comunidades indígenas de Cacoal. É importante registrar que existem comunidades indígenas em diversos municípios de Rondônia e as comunidades da etnia Suruí vivem em Cacoal e possuem grande importância em todas as discussões sobre políticas públicas para as comunidades indígenas no estado.

A HISTÓRIA DOS SURUÍ – Na solenidade realizada na Câmara de Cacoal, todos os vereadores se colocaram como verdadeiros defensores das causas indígenas e como grandes protetores da cultura e da história das comunidades indígenas que habitam Cacoal. Porém, certamente essa proteção não será possível porque os vereadores deixaram clara a impressão de que não possuem os conhecimentos suficientes para defender uma causa tão nobre. O melhor caminho para mostrar amor à causa indígena seria que todos os vereadores que declaram tanto amor às comunidades Suruis deixassem de disputar a eleição em 2024 e se transformassem em cabos eleitorais de duas ou três lideranças indígenas para eleger representantes das aldeias dentro da Câmara de Cacoal. Ninguém melhor do que os próprios indígenas para defenderem suas tradições. Não adianta os vereadores usarem artesanatos indígenas para fazer fotos para as redes sociais, se não defendem as verdadeiras causas das comunidades indígenas.

TRIBUNA POPULAR – O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Cacoal, Antônio Carlos Santos Junior, conhecido popularmente como Toninho do Jornal, está indignado com a Mesa Diretora do Poder Legislativo municipal. O motivo da insatisfação é que Toninho encaminhou documento ao presidente da Câmara de Cacoal, João Paulo Picheck, solicitando o direito de usar a tribuna da Casa de Leis, conforme a Resolução número 05/95/CMC. A resolução estabelece que entidades podem solicitar o espaço para falar sobre assuntos relevantes para o município e entre essas entidades estão os partidos políticos. O presidente da Câmara de Cacoal negou o pedido e argumentou que neste momento não será possível em virtude da pandemia da covid-19. O argumento não convenceu Toninho do Jornal e certamente não convenceria nenhuma outra pessoa, porque em todas as sessões da Câmara de Cacoal diversas pessoas que não possuem mandato usam a tribuna para falar aquilo que bem entendem, sem nenhuma restrição. Basta buscar nas redes sociais os vídeos que registram as sessões da Câmara de Cacoal para perceber que Toninho do Jornal foi apenas boicotado e que a pandemia não é a razão do boicote.

PROJETO AGRICULTURA – Um projeto de lei de autoria do executivo municipal em tramitação na Câmara de Cacoal pode ser uma boa solução para muitos produtores que sofrem com a falta de manutenção dos carreadores e até mesmo das estradas. O projeto tem como finalidade oferecer horas-máquinas para os produtores rurais para realizar os serviços de rotina em seus lotes. Esta semana, o projeto foi colocado em discussão na reunião das comissões que aconteceu na data de ontem. O vereador Paulo Henrique Silva solicitou a retirada do projeto da pauta para os que valores das horas-máquinas e o teor do projeto seja discutido e avaliado pelos membros do Conselho Municipal de Agricultura, medida que podemos considerar como correta, já que os produtores precisam ser consultados principalmente sobre valores e sobre os destinos dos recursos recolhidos pelo pagamento das horas de máquinas trabalhadas. Na realidade, todos os projetos relacionados com segmentos diferentes da sociedade deveriam ser discutidos com esses segmentos antes de seguir para a tramitação na Casa de Leis, porque o aval da categoria certamente facilita a tramitação. Está correto o vereador Paulo Henrique.

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