Por Guilherme Moura, doutor em ciência animal e gerente técnico de bovinos da Vetoquinol Saúde Animal, e Humberto Moura, médico veterinário e gerente de produtos de animais de produção da Vetoquinol.
Cerca de 35 bilhões de litros de leite/ano são produzidos por 16,3 milhões de vacas em 99% dos municípios brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse volume coloca o país entre os quatro maiores produtores do mundo. Porém, a pecuária leiteira enfrenta uma série de desafios para avançar em termos de produtividade. A questão sanitária é um dos mais importantes pontos de atenção.
Entre os vários problemas de saúde do rebanho estão os vermes, que podem causar 20% de queda na produção, com prejuízo de 7 bilhões de litros – equivalente a R$ 8,6 bilhões –, comprometendo a sustentabilidade da cadeia.
E não é só isso. Estudos indicam que as verminoses também provocam perda de peso nas fêmeas, que varia de 30 a 40 quilos. Essa deficiência, muitas vezes repentina, causa fraqueza nos animais, além de edemas e doenças pulmonares.
Tão grave quanto esses efeitos são os problemas reprodutivos decorrentes dessa condição corporal deficiente. Com isso, em muitos casos as verminoses impedem que as vacas entrem no período do cio no momento esperado, colocando em risco a reprodução e consequente viabilidade econômica do negócio.
As verminoses em vacas de leites são particularmente preocupantes, principalmente no período pré e pós-parto. Pesquisas tem demonstrado que a queda de imunidade temporária nesse período pode ser a causa de aumento na eliminação de ovos nas fezes por fêmeas adultas, aumentando assim a contaminação do ambiente e, consequentemente, o aumento da infestação dentro de um rebanho.
Alguns trabalhos relacionam a elevação da prolactina, hormônio ligado à produção de leite, com o aumento do parasitismo e também com a diminuição da imunidade dos animais. Assim, é possível pressupor que animais de alta produção leiteira em seu pico de lactação estão mais suscetíveis aos efeitos patogênicos dos vermes.
Trabalhos realizados pelo mundo demonstram respostas de incremento de produção de leite de 1,5 a 2,0 litros por vaca ao dia, em fêmeas com parto na primavera que foram tratadas com eprinomectina quando comparadas com animais não tratados. Assim, ao longo de uma lactação completa, a melhoria no rendimento alcançada em animais tratados chega em torno de 450 a 600 quilos de leite por vaca, mostrando um retorno financeiro considerável quando se adota o controle de vermes dentro do rebanho.
Entretanto, o principal diferencial da eprinomectina é a carência zero no leite. Esse é o segredo para o sucesso da pecuária leiteira. Afinal, carência zero significa que o produtor pode ordenhar sua vaca imediatamente após o uso do produto, sem que haja resíduos no leite e com garantia de eficácia contra vermes. Esse recurso beneficia o bem-estar animal e a produção de alimentos de origem animal de qualidade para as pessoas, favorecendo o crescimento constante da cadeia.
Fonte: Rafael Iglesias/Texto Comunicação