O Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé), organizado pelo Governo Estadual, deste ano foi além das expectativas esperadas. Em sua sexta edição, com 237 concorrentes de alto nível, mostrou que o Estado está muito à frente quando o assunto é café robusta (Coffea Canephora), popularmente conhecido pela variedade conilon. Dentre os participantes, mais de cem cafeicultores ultrapassaram a marca de 80 pontos que classificam o café considerado especial.
O Coffea Canephora é um café originário da África Ocidental, cultivado na África e no Brasil. Diferente do café arábica, o mais comum dentre os cafés brasileiros, não precisa ser cultivado necessariamente em regiões de alta altitude, sendo muito bem tolerado nas terras rondonienses. De característica mais amarga e marcante e por ter boa solubilidade, o café robusta sempre foi muito utilizado na produção de café solúvel, mas nos últimos anos, sua bebida vem se destacando e agradando os consumidores.
CAFÉ TECNIFICADO
Em Rondônia, o investimento na melhoria da cultura cafeeira incentivou os produtores rurais a implantarem os cafezais, por mudas de café clonais. O governo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), distribuiu as mudas aos interessados e a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) orientou acerca de plantio e manejo, colheita e pós-colheita para uma produção mais eficiente.
Para retomar a lavoura cafeeira, as políticas públicas de governo introduziram o uso de novas tecnologias como: técnicas de clonagem, irrigação localizada e a recuperação de solos através da calagem e adubação. O resultado apresentou um crescente aumento da produtividade e qualidade do café de Rondônia.
Segundo o gerente técnico da Emater-RO, Raphael Cidade, com a introdução dessas novas tecnologias, apesar de ter havido uma redução do parque cafeeiro, houve um aumento na produção com mudas clonais de maior potencial produtivo. “Essa redução não significa menos café em Rondônia, mas sim uma maior produção em menor área, proporcionando ainda, ao cafeicultor, a recuperação de áreas em degradação e diminuindo o desmatamento”, diz Cidade, salientando que com a introdução das mudas clonais a produtividade média das lavouras ultrapassa as 70 sacas por hectare.
INVESTIMENTO
Ao longo dos últimos anos, o governo de Rondônia tem priorizado ações que incentivam o produtor rural a produzir mais, com qualidade e sustentabilidade, e com o café não foi diferente. A Câmara Setorial do Café, instituída pela Portaria nº 42/Seagri-RO/2013, reativada em 2017, e o dia do início da colheita do café, criado pela Lei nº 3.516, de 17 de março de 2015, foram essenciais para que a cafeicultura rondoniense tomasse novos rumos, mas o fortalecimento do café de Rondônia veio somente após a realização do primeiro concurso de café, em 2016.
O primeiro Concafé já contou com 184 amostras e surpreendeu revelando a superioridade do café rondoniense e abriu caminhos para aprimorar a excelência da produção de café no estado. De lá para cá, a cafeicultura rondoniense foi ganhando status significativo entre os principais incrementos econômicos, sendo um dos que mais arrecada Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A evolução da cafeicultura de Rondônia é notória e pode ser observada na realização de cada concurso nesses últimos seis anos. A partir de 2015, a discussão sobre o Programa Café Sustentável do IDH e a assinatura da Carta de Cooperação dos Serviços de Extensão do Brasil, garantiu ao estado de Rondônia nortear ações para melhoria da sustentabilidade da cafeicultura.
Soma-se a isso, a parceria feita com a Plataforma Global do Café, já em 2016, que contribuiu para que o estado chegasse ao atual patamar. De lá para cá, os projetos voltados à promoção da sustentabilidade trabalhados com os pequenos e médios produtores de café foram intensificados e o resultado é o que se vê com a realização do 6º Concafé que, dos 237 participantes, apresentou 103 cafeicultores com índices acima de 80 pontos, que classifica o café especial.
Outra superação desta sexta edição do concurso de qualidade e sustentabilidade do café foi a adesão de patrocinadores. Segundo o diretor-presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, através de chamamento público, conseguiu-se uma soma de mais de 400 mil reais em premiação patrocinada, “a maior premiação para um concurso de sustentabilidade e qualidade da cafeicultura em nível de Brasil e em nível mundial”.
Brandão diz ainda que a assistência técnica da Emater foi primordial para que os produtores rurais, principalmente os da agricultura familiar, pudessem elevar a qualidade do café de Rondônia e para que o 6º Concafé, “que é o maior concurso de sustentabilidade e qualidade do café robusta amazônico, atendesse a sua expectativa e seu objetivo que é produzir com qualidade”.
Na oportunidade, Brandão agradeceu ao empenho de todos, principalmente das equipes, formadas por técnicos e colaboradores da Emater-RO, da Seagri e da Idaron que não mediram esforços para que o Concafé se consolide como o maior concurso de café robusta do país, reconhecendo que sem a colaboração da Prefeitura de Cacoal, que sediou todos os eventos realizados desde 2016, não seria possível uma festa tão pujante como essa realizada neste ano.
O evento também não seria possível se não fosse a participação dos parceiros, que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização do 6º Concafé, e principalmente dos 237 produtores participantes, sem os quais não seria possível a realização do evento.
Conheça os sete cafeicultores classificados e premiados na sexta edição do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia.
Vencedores do 6º Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (2021)
1º. Ronieli Hel (86,67 pontos)
Município: Novo Horizonte do Oeste
Premiação: trator cafeeiro (230 mil reais)
2º. Valdir Ferreira Aruá (86,17 pontos)
Município: Alta Floresta do Oeste
Premiação: secador de café (130 mil reais)
3º. João Alves da Luz (85,17 pontos)
Município: Cacoal
Premiação: torrador de café (22 mil reais)
4º. Onofre Teixeira (84,77 pontos)
Município: Novo Horizonte do Oeste
Premiação: 15 mil em dinheiro
5º. Ronaldo da Silva Bento (84,58 pontos)
Município: Cacoal
Premiação: 10 mil em dinheiro
6º. Alessandra Inácio Lopes Frez (84,5 pontos)
Município: Novo Horizonte do Oeste
Premiação: 50 toneladas de calcário
7º. Aldair Zimermann (84 pontos)
Município: Cacoal
Premiação: 50 toneladas de calcário
(SecomRO)