O ataque de lagartas em folhas de cafeeiros, que no passado ocorria de forma eventual, vem se tornando um mal permanente, exigindo acompanhamento e controle. As lagartas são as formas jovens (larvas) de borboletas ou de mariposas, que comem as folhas pelas margens ou pelo centro, e destroem, parcial ou totalmente, o limbo das folhas, reduzindo a área foliar da planta. Nas áreas atacadas, podem ser observadas as lagartas, muitas delas só à noite, e a presença de suas fezes.
Diversas espécies de lagartas já foram constatadas causando danos em folhas de cafeeiros, citando-se, como as principais, as do gênero Oxidia, ou lagarta mede palmo, as do gênero Automeris, ou taturana verde, e a lagarta do gênero Eacles, ou mariposa amarela. Outros gêneros menos comuns são Podalia, Lonomia, Dalcera, Perigonia e Megalopyge.
Embora, em muitos casos, os ataques das lagartas em si causem menores danos econômicos na lavoura, o problema é seu efeito indireto, facilitando a entrada das doenças. Tem sido observado em campo, com grande frequência, que o ataque de lagartas na folhagem se constitui num dos fatores que favorecem o ataque de Phoma-Ascochyta e Pseudomonas. Isto por que os furos e ferimentos feitos pelas lagartas abrem caminho para a penetração dos fungos/bactérias. Por isso, é conveniente, nas áreas propícias a Phoma-Ascochyta ou Pseudomonas, associar o controle das doenças ao também controle das lagartas.
As lagartas possuem muitos inimigos naturais: os pássaros, as vespas, as moscas, etc. Por isso que desequilíbrios por inseticidas favorecem o ataque das lagartas, pois afetam os inimigos naturais. Quando necessário, para reduzir a população de lagartas, pode-se efetuar o controle químico através de pulverizações com inseticidas a base de piretróides, de triclorfom, metomil, Bacillus thurigiensis e de alguns inseticidas usuais para controle de bicho mineiro, como Clorantreniprole, Ciantroliniprole, Spinosade e Metoxifenozida + Espinetofuran.
Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas