As perguntas se acumulam sobre as causas do acidente com a aeronave, que perdeu mais de 26.000 pés (quase 8.000 metros) em apenas três minutos
Wuzhou, China – As equipes de resgate lutavam nesta terça-feira (22) contra a chuva e a lama na busca por vestígios das 132 pessoas que estavam a bordo do Boeing-737 da China Eastern que caiu em uma área montanhosa no sudoeste da China na segunda-feira.
As perguntas se acumulam sobre as causas do acidente com a aeronave, que perdeu mais de 26.000 pés (quase 8.000 metros) em apenas três minutos, antes de cair em uma montanha na tarde (horário local) de segunda-feira.
A companhia aérea reconheceu que pessoas a bordo do voo, que viajava entre as cidades de Kunming (sudoeste) e Cantão (sul), morreram, mas não divulgou detalhes.
O presidente Xi Jinping ordenou uma investigação profunda para que as causas do acidente sejam determinadas o mais rápido possível.
Os funcionários examinavam os pedaços queimados do avião e rastros do incêndio provocado. Um deles especulou que os passageiros teriam sido “totalmente incinerados” pela intensidade das chamas.
Um orador da região, que revelou apenas o sobrenome Ou, afirmou que ouviu um “barulho como um trovão” na tarde de segunda-feira, seguido por uma explosão violenta nas colinas próximas.
A imprensa estatal exibiu imagens das equipes de resgate na área da queda do avião, entre árvores derrubadas e pedaços do Boeing, incluindo uma peça com o símbolo da companhia aérea.
O desastre aconteceu após uma queda vertical em alta velocidade, de acordo com um vídeo divulgado pela imprensa chinesa. A AFP não conseguiu verificar até o momento a autenticidade do vídeo.
Em Cantão, funcionários da companhia aérea ajudavam as famílias dos 123 passageiros e nove tripulantes do avião.
– Dados “muito incomuns” –
O voo MU5735, que decolou de Kunming pouco depois das 13H00 (2H00 de Brasília), “perdeu contato quando estava sobrevoando a cidade de Wuzhou”, segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China (CAAC).
A catástrofe provocou uma rápida de Xi Jinping, que se declarou “chocado”.
A imprensa estatal afirmou que o vice-primeiro-ministro Liu He, muito próximo a Xi e que atua mais em questões econômicas, foi enviado à região para supervisionar as tarefas de resgate e investigação.
A Junta Nacional de Segurança no Transporte dos Estados Unidos anunciou que designou um especialista como representante nas investigações e que diretores da Boeing, General Eletric e da Administração Federal de Aviação atuarão como conselheiros técnicos.
Depois, após uma breve subida, despencou novamente, a 1.410 metros, segundo o FlightRadar24, para ficar 983 metros acima do solo. A aeronave desapareceu dos radares às 14h22 (3h22 de Brasília).
Jean-Paul Troadec, ex-diretor do Escritório de Investigação e Análises de Segurança Aérea da França, afirmou à AFP que é “muito cedo” para tirar conclusões, mas que os dados do FlightRadar são “muito incomuns”.
Nos últimos anos, a China se destacou por elogiados padrões de segurança da aviação, apesar do rápido e amplo crescimento do setor nas últimas décadas.
Em um comunicado, a fabricante americana afirmou que tenta “reunir mais informações” e trabalha com os clientes.
O acidente de voo comercial com mais vítimas fatais na China aconteceu em 1994, quando a queda de uma aeronave da China Northwest Airlines provocou a morte das 160 pessoas a bordo.