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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Coluna Boca Maldita – TROCAS DE FARPAS

boca maldita

 

CONVENÇÕES ENCERRADAS

Ontem, 05 de agosto, foi encerrado o prezo determinado pela Justiça Eleitoral para a realização de convenções partidárias. Agora, os partidos, coligações ou federações se preparam para encaminhar os pedidos de registros de candidaturas ao TER. A partir do dia 16, os candidatos já podem iniciar os atos de campanha eleitoral e pedir votos dos eleitores. Ainda é possível haver novidades após os nomes serem oficializados, porque os partidos não divulgaram suas atas de convenções e a população não sabe exatamente o que ficou definido. Nomes de vices nas chapas, candidatos a senadores e suplentes, apoio oficial à candidaturas de governadores e presidente da república são informações que teremos com o início das campanhas. Alguns casos já são públicos, mas em política nenhuma decisão é eterna e as mudanças podem ocorrer em tempo recorde. Até este momento, pelo menos cinco candidatos devem entrar na disputa pelo governo de Rondônia, mas não estão descartadas mudanças de última hora no cenário. Até hoje, os nomes aprovados em convenções para a sucessão estadual são: Marcos Rocha (UB); Daniel Pereira (SD); Pimenta de Rondônia (PSOL); Marcos Rogério (PL); Ivo Cassol (PP) e Leo Moraes (PODEMOS).

 

CANDIDATOS DE CACOAL

A disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Rondônia será bem acirrada em Cacoal, visto que cerca de 11 nomes foram aprovados nas convenções de seus partidos. Anderson Eletricista, Edson Leite, Jabá Moreira, Lauro Costa, Leo Simão, Cirone Deiró, Glaucione Rodrigues, Cassio Gois, Paulo Henrique, Doutor Vasques e Luís Paulo são os nomes citados até este momento como candidatos a deputados estaduais. Caso haja outros nomes ainda não divulgados, vamos atualizar a lista aqui na coluna. Com as novas regras eleitorais, as coligações para eleições proporcionais não existem mais. Essa mudança pode ser positiva para os candidatos, porque possibilita conseguir a vitória nas urnas com votações menores do que aconteceram em 2018. Neste caso, porém, com a quantidade de candidatos, certamente eles terão que fazer muita campanha em outras cidades de Rondônia, porque a divisão de votos na Capital do Café será inevitável. Este número, porém, é menor do que em 2018, quando Cacoal teve 14 candidatos na disputa.

 

FORTE CONCORRÊNCIA

Além dos candidatos com domicílio eleitoral em Cacoal, há diversos outros políticos que terão cabos eleitorais fortes no município. Entre os candidatos a deputados estaduais com domicílio em outros municípios, mas que podem ter boas votações em Cacoal estão: Hermínio Coelho, Ezequiel Neiva, Dhony Paixão, Alan Queiroz, Ismael Crispim, Alex Redano, Lazinho da Fetagro e diversos candidatos lançados por denominações religiosas com muitos eleitores em Cacoal. Para que o leitor tenha uma ideia mais clara, Rondônia tem 24 deputados estaduais. Todos os atuais mandatários tiveram votos na Capital do Café e esperam aumentar seus votos na eleição de 02 de outubro. A explicação para muitos desses apoios a candidatos que sequer conhecem a cidade está no simples fato de que seus apoiadores no município alegam não poder votar em candidatos de Cacoal, porque têm compromisso com outros candidatos. Claro que esses compromissos estão muito distantes de representar a vontade de ver bons projetos serem realizados em prol da coletividade, mas não deixam de ser escolhas democráticas dos eleitores cacoalenses.

 

MAGNISON MOTA

Na última segunda-feira, o vereador Magnison Mota fez um duro discurso sobre os eleitores de Cacoal que votam em candidatos de outros municípios e disse que esses candidatos passam pela cidade apenas em períodos eleitorais e após serem eleitos ficam sumidos da cidade. Em seu discurso, porém, o vereador destacou que vai apoiar a candidatura do deputado estadual Ismael Crispin de São Miguel do Guaporé. O vereador declarou que Ismael Crispin merece os votos dos cacoalenses, porque conseguiu uma emenda de 640 mil reais para asfaltamento de ruas em Cacoal. Magnison Mota informou que os recursos estão na conta da prefeitura para serem aplicados. Vale lembrar ao vereador e ao deputado que o valor de um quilômetro de asfalto é de aproximadamente um milhão de reais. Assim, os valores citados pelo edil seriam suficientes para asfaltar uma rua de 500 metros. Aliás, pelas declarações do vereador, estes recursos foram conseguidos há mais de um ano. Entretanto, até agora, não existe nenhuma previsão de quando serão aplicados.

 

FALTA DE ÁGUA

Os moradores de diversos bairros de Cacoal têm reclamado muito da falta de água. Aparentemente essa crise de água tornou-se tradição no município em todos anos neste mesmo período e as promessas de encontrar a solução definitiva já se arrastam por vários anos. A solução seria, dizem alguns técnicos que já passaram pela presidência do SAAE, instalar pontos de armazenamento de água em pontos estratégicos da cidade, mas até hoje as coisas não aconteceram. Sempre que acontece o racionamento, muitas pessoas afirmam que a situação seria resolvida com a privatização do SAAE, mas existem vários outros municípios que optaram pela privatização dos serviços e os problemas continuaram. Desde o período da gestão do ex-prefeito Franco Vialeto, fala-se que o SAAE teria cerca de 47 milhões para investir na extensão da rede, mas ninguém sabe informar se esses recursos existem e quando seriam aplicados. No início da atual administração, surgiu até mesmo uma discussão sobre a possibilidade de aumentar os valores das taxas do serviço, mas a ideia não chegou a ser oficializada e houve forte reação da população. A solução que parece mais simples neste momento é esperar que as chuvas voltem a cair no município para que os rios aumentem o volume de água.

 

100 MIL PROBLEMAS

Na volta dos trabalhos legislativos em Cacoal, o prefeito Adailton Fúria participou da sessão e disse que iria informar à população sobre as ações desenvolvidas pela administração em prol da população cacoalense. Entretanto, ele fez um discurso de cerca de 10 minutos e declarou que Cacoal tem aproximadamente 100 mil habitantes e que cada habitante pode citar, com facilidade, pelo menos um problema da cidade. Com relação ao número de habitantes, o Censo do IBGE iniciado poucos dias atrás confirmará a população de todos os municípios brasileiros, visto que o censo é realizado a cada 10 anos no Brasil. Assim, os dados oficiais indicam que Cacoal tem 87.877 mil habitantes. O prefeito afirmou no discurso proferido na Casa de Leis que o município tem pelo menos 100 mil problemas, mas não citou, por exemplo, que medidas a administração adotará para resolver a falta de água. Durante a campanha eleitoral de 2020, Adailton Fúria tinha como principal proposta de campanha a tese de que Cacoal não precisa de deputados, bastava que ele fosse eleito prefeito. Hoje seus principais aliados dizem que somente é possível administrar a cidade com apoio dos deputados. Vai entender!

 

TROCAS DE FARPAS

Aliado declarado do prefeito Adailton Fúria, até poucos dias atrás, o presidente da Câmara de Cacoal, João Paulo Picheck fez um duro discurso contra a administração, na sessão que abriu os trabalhos do segundo semestre e tudo indica que o sólido grupo de apoiadores que o prefeito tinha na Casa de Leis está com os dias contados. Os problemas de relacionamento podem ter origem na decisão do prefeito de colocar sua esposa para disputar uma vaga de deputada federal, cargo que também terá João Picheck na disputa. Esta situação poderá acirrar os ânimos políticos na Capital do Café e muitas arestas ficarão para o período pós-eleição. Poucos dias atrás, ainda no período de recesso, vazou um áudio em que o prefeito ameaçava colocar todos os produtores rurais contra a Câmara de Cacoal, mas os vereadores decidiram suspender as merecidas férias e votar tudo que o prefeito mandou para a Casa de Leis em três dias. Na fala que fez durante a última sessão, o presidente João Picheck declarou que a cidade não pode ser administrada com áudios e vídeos nas redes sociais e que os mandatários precisam ter posições claras. O recado tinha como destinatários o ex-aliado e o clima pode esquentar ainda mais na campanha.

 

EXPEDITO NETO

Outro ex-aliado do prefeito Adailton Fúria, o deputado Expedito Neto vai precisar se virar, para não perder a eleição em 02 de outubro. Fúria avisou em voz alta na convenção do PSD que vai colocar seu time na rua para derrotar Expedito Neto nas urnas e eleger sua esposa para a vaga na Câmara dos Deputados. Aliás, a esposa do prefeito de Cacoal, que hoje é adversária de Expedito Neto, tinha um cargo de assessora exatamente no gabinete do deputado, antes da posse do prefeito de Cacoal. Assim, dificilmente ela poderá rever o antigo emprego, caso Expedito Neto vença a eleição, mas como, em política, todos os acordos são possíveis, a ideia não pode ser descartada. A outra possibilidade é o partido que abriga a esposa do prefeito e o deputado Expedito Neto conseguirem nas urnas duas vagas para deputado federal, com os dois sendo os mais votados. O problema seria aparecer alguma surpresa e outro candidato do partido acabar eleito, mas isto é apenas uma possibilidade. Claro que não se descarta nenhuma possibilidade, porque é preciso admitir que esses acordos de campanha nem sempre são combinados com o eleitor.

 

RESSACA ELEITORAL

Uma coisa, porém, podemos afirmar com certeza: a ressaca eleitoral em 03 de outubro pode ser muito forte em Cacoal, porque as mágoas dos primeiros dias após as eleições são inevitáveis e as dores de cabeça também. Como não há nenhuma possibilidade de serem eleitos todos os candidatos que disputarão a eleição, certamente Cacoal vai viver momentos de emoção e a formação de novos grupos políticos. Nesta confusão toda, vamos esperar para saber quem serão os eleitos que quem serão os derrotados. Caso o prefeito consiga eleger seus candidatos a deputado estadual e federal, os vereadores podem se preparar para os problemas de retaliação, coisa muito natural em disputas políticas. Caso contrário, se os antigos aliados do prefeito saírem vencedores, seu patrimônio político estará numa grande saia justa que pode inclusive comprometer seu projeto de reeleição. Isso se o prefeito resolver disputar a reeleição, porque não será fácil aparar as arestas da ressaca de campanha. O vereador Lauro já pode preparar sua carga de água de coco e suco de maracujá, porque a campanha promete.

 

 

 

 

 

 

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