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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Coluna do Xavier: CACOAL: OS CANDIDATOS, OS ELEITORES E A LIBERDADE…

Por *FRANCISCO XAVIER GOMES

 

A campanha eleitoral começou para valer na semana passada e estamos a exatos 36 dias da eleição. Embora tenhamos um período curto de campanha, o clima caminha para promover mais conflitos e rachas entre amigos e até mesmo no seio familiar. Nessa história, a curiosidade é que os brasileiros que pregam a “liberdade” não conseguem aceitar o regime brasileiro. Nós vivemos em uma democracia, coisa que muitas pessoas não sabem e outras fingem não saber. É muito estranho ver a turma que votou em Collor de Melo, Aécio Neves e o Mito da Mamadeira batendo o pé e dizendo que somente eles sabem escolher candidatos. Ou essas pessoas foram tomadas por um grau de cinismo sem precedentes, ou imaginam que os eleitores que pensam diferente são obtusos como eles…

Antes de mais nada, é preciso ficar claro que tenho amigos que votam no Mito da Cara Queimada, na Simone Tebet, no Ciro Gomes e nos demais candidatos do grupo que as pesquisas colocam como detentores de 3 ou 4% dos votos, juntos. Existe algum problema nisso?? Evidentemente que não! O meu voto é de Lula! O sistema eleitoral brasileiro estabelece, de maneira cristalina, que cada eleitor tem o direito de decidir, livremente, em quem votar. Somente duas instituições têm poder para barrar candidaturas: as instâncias partidárias, responsáveis por escolher, entre seus filiados, os candidatos de cada sigla; e o Poder Judiciário, instituição que tem a atribuição constitucional de julgar os pedidos de registros de candidaturas, indeferindo ou não. Assim, todos os candidatos que são liberados pela Justiça Eleitoral podem disputar a eleição. O terceiro segmento que pode barrar candidatos é o eleitorado; mas isto deve acontecer a partir do sufrágio… Essa história de pessoas tentarem impedir que alguém faça suas escolhas não faz sentido. É o sufrágio popular que vale nas nações onde o regime democrático está instituído. Além disso, as regras eleitorais estão todas publicadas no portal do Tribunal Superior Eleitoral. Não é o eleitor que decide quem pode disputar eleições…

O problema é que as redes sociais estão cheias de gente, ditas patriotas, sem nenhum conhecimento sobre o sistema eleitoral e a legislação, querendo impor regras do tipo: “você não pode votar em fulano”, “não aceito você votar em sicrano”, “quem vota em ladrão é corno”. Ora, bolas, minha gente!! Se uma pessoa possui provas de que alguém é ladrão, esta pessoa tem o dever de denunciar. Se não denuncia, é cúmplice do crime. Quem acusa um candidato de ladrão, sem apresentar provas, é leviano; quem possui provas de quem algum candidato é ladrão e não denuncia, é ladrão também. Além da Justiça Comum, as leis relacionadas com a eleição garantem ao Ministério Público, aos partidos políticos e a qualquer eleitor pedir a impugnação de candidaturas. Para isso, basta apresentar as provas. Como o prazo para pedir impugnação de candidaturas já passou, existe, ainda, outra oportunidade: as pessoas que tiverem provas de crimes que impeçam a diplomação de candidatos eleitos também poderão fazer isso logo após a divulgação dos resultados. O procedimento é muito simples: basta juntar os documentos probatórios, procurar o cartório eleitoral e formalizar a denúncia. Se as provas forem legítimas, a Justiça Eleitoral não expede o diploma do candidato eleito. Sem o diploma, o candidato eleito não pode tomar posse. É simples!

Agora, ficar nas redes sociais, choramingando e fazendo beicinho contra os candidatos é conduta de bobo de corte, como disse Luís Inácio, no Jota Ene. As denúncias levianas não contribuem em nada! O camarada pode até sentir ódio, asco, inveja, dor de cotovelo ou qualquer outro sentimento cabível para quem não conhece o processo eleitoral. Independentemente desses delírios tolos de apedeutas obtusos, as eleições vão acontecer. De minha parte, não vejo absolutamente nada de errado na escolha de nenhum eleitor, porque a liberdade de votar é algo indiscutível. Se, em 02 de outubro, forem eleitos os candidatos que não são de minha preferência, não vejo nenhum problema nisso também. Que prevaleça a liberdade. O que não pode é uma pessoa pregar liberdade e querer escolher em quem a outra vota. Isso é ridículo!

Assim, quero deixar claro aos meus leitores que vou votar em Lula e não tenho que dar explicações para ninguém. A outra opção que tenho é votar em segredo, mas o segredo de voto é um direito meu. Portanto, cabe a mim querer exercer, ou não, esse direito. Aliás, depois que o segredo de 100 anos em atos do governo virou moda, tenho asco desse papo de segredo. Ojeriza!!! As pessoas que discordam do meu direito de voto, podem discordar à vontade. Prefiro, aliás, que decretem sigilo de 100 anos em suas discordâncias, porque isso fundamenta a liberdade de não aprovar as escolhas alheias. O resto é delírio, desinformação e fanatismo de néscio… Tenho dito!!!

*FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual e Jornalista

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