CACOAL: O SEGUNDO TURNO, OS CANDIDATOS E OS ELEITORES…
As eleições deste ano ficarão na história como o pleito que mais causou intrigas, emoções e conflitos, tanto no cenário estadual, como o nacional. O clima da eleição também evidencia a falta de capacidade que muitas pessoas possuem para lidar com o adverso, com o diferente, com o outro lado. O recurso mais utilizado por muita gente é a hostilidade e a disseminação da mentira e da desinformação, coisas que ficaram banalizadas, desde que os xiitas da ultradireita chegaram ao Planalto Central, e milhões de pobres em todos os rincões do país colocaram na cabeça a ideia de que estão entre os principais empresários, industriais e banqueiros do país. Infelizmente a situação nacional interferiu de modo muito impactante no estado de Rondônia, transformando pessoas que eram muito afáveis, até 2018, em radicais extremistas. O estado de Rondônia e Cacoal jamais serão os mesmos, após o dia 30 de outubro…
E nesse clima de ódio extremo, a tiflose tem sido o principal aliado daqueles que, pela falta de argumentos lógicos, preferem bater o pé e tentar impor as fake news mais fajutas do mundo como verdades absolutas. Não há problema no fato de uma pessoa defender um candidato. Isso é parte da democracia! O Problema é que, para os radicais, somente as pessoas que votam como eles é que estão certas. É o radicalismo querendo impor-se contra o direito de escolha das pessoas. Jair Bolsonaro e Luís Inácio são dois candidatos legítimos. Eles pediram ao Poder Judiciário brasileiro o registro de candidatura. Os pedidos foram aprovados unanimemente, com total aval do Ministério Público Eleitoral da nação. Se houvesse algum impedimento ou motivo de impedimento nos pedidos de registros de candidaturas, as pessoas ou partidos interessados deveriam ter se manifestado. O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer afirmando que não há nenhum problema com as candidaturas de Bolsonaro e Lula. Assim, não há razões lógicas para tanta estupidez, nas manifestações de redes sociais e nas ruas. E tem mais uma coisa: qualquer brasileiro que tiver alguma comprovação de inelegibilidade de Lula ou Bolsonaro tem o dever de apresentar tais provas à Justiça Eleitoral. Mesmo depois da eleição, existe o prazo legal para pedir a não diplomação dos eleitos. Os partidos podem fazer isso, mas qualquer pessoa também pode. O que não pode é passar o tempo todo espalhando o ódio e a mentira…
No caso da eleição estadual, Marcos Rocha e Marcos Rogério são os legitimados para a disputa do segundo turno. Não há, igualmente, nenhuma ilegalidade nas candidaturas deles. O eleitor tem todo o direito de votar e fazer campanha para quem bem entender. Além disso, o eleitor tem as opções de votar em branco ou nulo, e até mesmo não comparecer ao local de votação. É claro que o melhor caminho para consolidar a democracia é participar da eleição, comparecer e votar, para que o estado e o país sigam seu curso normal de qualquer nação democrática. Votar é um ato que vai muito além de cumprir um dever legal. Votar é participar diretamente das decisões políticas do país. O segundo turno em Rondônia precisa da participação em massa dos eleitores, porque a diferença apertada, no primeiro turno, entre os candidatos que disputam a eleição torna o pleito completamente indefinido. Como o terceiro e quarto colocados da eleição tiveram votações expressivas, não dá para dizer qual será o resultado das urnas em 30 de outubro, na disputa pelo governo estadual. Claro que a ocorrência de algum fato político que possa impactar uma das candidaturas pode mudar o cenário a qualquer momento. Entretanto, aparentemente, a tendência é que o clima se mantenha assim até o dia da eleição. Marcos Rogério e Marcos Rocha sabem muito bem que a indefinição é indiscutível e que Rondônia já foi marcada por muitas “surpresas eleitorais” em sua história.
Há os que imaginam que os debates podem decidir muitas coisas. E isto é verdade!! Mas os debates ocorridos em Rondônia, nesta campanha, não provocaram mudanças significativas na eleição, tanto que a chegada de Marcos Rogério e Marcos Rocha ao segundo turno não surpreendeu nem o mais desinformado dos eleitores. Agora, a 16 dias da eleição, o clima não revela nenhuma tendência maior do eleitor, em relação aos candidatos. A indefinição é tão grande que nem os candidatos que disputaram o governo se manifestam sobre o segundo turno. Alguns deles vão esperar o dia 31 para dizer de que lado estão. O mais importante, porém, é que todos os eleitores façam um esforço para saber compreender o processo democrático…
Após a apuração dos votos, deve prevalecer a democracia. Esbravejar, pregar o ódio, espalhar mentiras, espernear não é o melhor caminho para quem deseja um país melhor. Os eleitores que votaram em Fernando Haddad, em 2018, estão há quatro anos vivendo num país governado pelos eleitores que votaram em Bolsonaro. Com Lula ou Bolsonaro eleito, o caminho mais inteligente é aceitar o resultado democrático das urnas. A mesma regra de civilidade deve ser aplicada no âmbito estadual. Com tantos brasileiros correndo o risco de morrer de fome, não vale a pena nenhuma pessoa alimentar o ódio, porque morrer de ódio deve ser algo péssimo. Como declarou o arcebispo de Aparecida, “a pátria amada é muito melhor do que a pátria armada”. O melhor caminho é o amor… Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual e Jornalista