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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Pesquisa financiada pela FAPERO comprovou a existência de pirarucus invasores

O artigo do pesquisador Raniere Garcez Costa Sousa (Doutor em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo INPA), que teve o apoio do Governo de Rondônia por meio da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas, Pesquisa e Tecnologia, foi publicado em importante e conceituada revista científica internacional e obteve a classificação Qualis A3 CAPES. O objetivo central da pesquisa foi a comprovação da existência de pirarucus invasores a partir da bacia hidrográfica de Rondônia e posteriormente em outras bacias pelo Brasil.

Natural da Amazônia, o pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta, podendo ultrapassar os três metros de comprimento e pesar em torno de 200 quilos. Nos últimos anos, pescadores têm registrado a presença desse “gigante” com cada vez mais frequência em diversas bacias hidrográficas. A introdução de uma espécie não nativa e que se alimenta principalmente de outros animais aquáticos despertou preocupação dos pesquisadores sobre os impactos nas relações ecológicas e na população local de peixes, estimulando a criação de projetos de pesquisa que investiguem as consequências da presença deste predador amazônico em águas de outras bacias hidrográficas

As espécies exóticas que mais apareceram nos registros foram o pirarucu (Arapaima gigas), nativo da bacia sedimentar, a área baixa da Amazônia, nas águas mais calmas das várzeas, mas potencial invasor nos locais mais altos da bacia.

Pirarucu de 100 quilos, na confluência do Rio Grande com o Marinheiro é uma comprovação de invasores. (Foto: Invasives.Net, Management of Biological Invasions)

No caso do pirarucu, exemplares invasores apareceram nos reservatórios das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, na região de Porto Velho, em Rondônia.

Por conta disso, em 2019 a pesca do peixe nessa região foi liberada inclusive no período em que ela é considerada em defeso na bacia sedimentar, quando a captura é restrita para proteger sua fase reprodutiva nas várzeas.

As invasões de espécies constituem uma grande ameaça à biodiversidade e ao ecossistema funcionando em todo o mundo principalmente em regiões como o Brasil, país com maior biodiversidade de água doce.Apesar do Brasil ter um grande e complexa rede de ecossistemas de água doce e ecorregiões, tem poucas proteções para prevenir e controlar invasões de espécies, levantando questões sobre as perspectivas de longo prazo para sua incrível biodiversidade.

Neste contexto, deve-se notar que estudos recentes têm destacado a importância de monitorar e quantificar as introduções. Uma das espécies de peixes mais emblemáticas do Brasil é o pirarucu, com quatro espécies do gênero Arapaima, e o maior peixe de água doce do mundo com escamas, crescendo até três metros de comprimento e 200 kg de peso. Acredita-se que a distribuição nativa do pirarucu inclua a Amazônia e as bacias do Araguaia-Tocantins. Um recorde de exploração pesada pressão iniciada no século XVIII extirpou muitas populações de pirarucu levando Arapaima gigas espécie única até 2013, para ser incluído em muitas listas vermelhas brasileiras e na Lista Vermelha da IUCN.

Foto: Ricardo Oliveira/Divulgação

Entende-se que o pirarucu tornou-se estabelecida em grande parte do território brasileiro, e é reconhecida como promissora espécie para o mercado consumidor. No entanto, ocupa vários corpos de água em uma variedade de bacias de drenagem fora de sua área nativa e, portanto, representa uma grande ameaça à diversidade de espécies de peixes nativos. Este ameaça deve ser evitada a todo custo, mas principalmente através da população controle do pirarucu invasor, se quisermos manter a sustentabilidade estoques de peixes nativos no Brasil para as gerações futuras.

Finalmente, a ignorância ou subestima os riscos da introdução e disseminação intra-país de pirarucu e outras espécies fora de suas áreas nativas influência como nós contabilizamos espécies exóticas e invasões e como percebemos os impactos da presença deles. Isso é especialmente arriscado no caso do pirarucu, dada a ameaças associadas a esta emblemática espécie nativa e seus potenciais impactos sobre a biodiversidade inigualável de um país como o Brasil.

Fonte: Gov/RO

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