Por FrancisCo Xavier Gomes
CACOAL: A MESA DIRETORA, O BORDEL E AS VIRGENS…
Os conflitos envolvendo a disputa pelo cargo de presidente da Câmara de Cacoal fazem parte das principais pautas de discussões em todas as rodas de conversas de Nossa Urbe Obediana. Evidentemente que isso incomoda grande parte das pessoas que acompanham os fatos políticos da cidade, mas também serve como boa lição para que possamos refletir sobre nossa Casa de Leis e diversos outros fatos relacionados com a rotina de vida da população obediana. Isso sem falar que essa celeuma é muito importante para evidenciar a omissão dos vereadores, o despreparo de muitos e o descaso com o contribuinte, além de revelar um altíssimo grau de desinformação (ou má fé) de boa parte da edilidade. Aliás, má fé recheada com altas doses de demagogia e bordas de mau-caratismo, em alguns casos… Macunaíma perde feio para alguns de nossos edis e as comparações que muitas pessoas fazem entre a Câmara de Cacoal e um lupanar são totalmente incompatíveis, porque não existe, no Brasil, nenhum lupanar que se apega a regras de 1984 e finge desconhecer a realidade de hoje…
Tudo começa a partir do Regimento Interno da Casa de Leis, cujo teor é absolutamente medieval, com artigos, incisos, parágrafos e alíneas completamente em desacordo com as normas jurídicas e administrativas do Brasil atual. O Regimento Interno da Câmara de Cacoal é de 1984 e traz absurdos que causam asco em qualquer pessoa. E sabem por que os vereadores não revisam o Regimento Interno? Por absoluta falta de interesse e por se aproveitarem do monte de besteiras do documento para praticarem as manobras mais sujas possíveis nas relações internas do legislativo mirim. E por que não podemos comparar a Câmara de Cacoal com um lupanar? Porque as mulheres do lupanar jamais ficam com conversinhas furadas como nossos edis. Elas dizem claramente o que desejam, os valores e as condições. Muito diferente dos vereadores que vendem os colegas, negociam a AMEC, negociam nomeações de apaniguados nas secretarias municipais, vendem a alma e os eleitores em diversas negociações realizadas nos bastidores. Esse papo furado de fazer discursos de moralidade é tudo mentira!!! Todo mundo sabe das negociações que foram feitas e como foram loteados os cargos. O problema é que o grupo de vereadores que negociou a AMEC e outros cargos não esperava perder a eleição para o vereador Corazinho. O problema está apenas nisso! Não existe nenhuma virgem nesse bordel…
O próprio vereador Paulinho do Cinema já declarou diversas vezes que a Câmara de Cacoal não tem anjos. E não tem mesmo! Mas alguns vereadores batem na mesa, fazem discursos de moralidade e alegam desconhecer a legislação, apenas como manobra, para jogar a parte da população incauta contra Corazinho. As manobras políticas lideradas pelos vereadores Kapichão das Demandas, Tonhão Fritiz, Zivan Almeida e Paulinho do Cinema são absolutamente vexatórias! O documento apresentado por eles para tentar impedir a candidatura do vereador Corazinho é completamente inepto e não contém nenhum fundamento para impedir a candidatura. Os vereadores Zivan Almeida e Paulinho do Cinema alegam, no documento fajuto, que Corazinho teve uma condenação em 1994 (século passado). Eles não apresentam nenhuma prova da condenação, mas, ainda que ela existisse, possivelmente estaria prescrita. Qualquer pessoa, por mais burra que seja, pode acessar o portal do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia e buscar todas as informações sobre a eleição de 2020, quando Corazinho foi eleito pela quinta vez vereador. Todas as certidões criminais estão lá e mostram que o vereador não possui impedimento. A alegação dos vereadores é completamente descabida. E vou mais além: eles sabem que não há impedimento, mas estão esperneando, porque não juntaram os votos necessários para vencer. Ora, meus amigos, se Corazinho foi condenado em 1994 e se isso o impede de ser candidato, por que o vereador Paulinho do Cinema não declarou a perda das funções políticas de Corazinho, quando foi presidente da Casa de Leis?
Alguns vereadores ainda tiveram a cara de pau de declarar, durante a conturbada sessão, que tinham direito a ter dúvidas se Corazinho tinha mandato de vereador. É muita cara de pau!!! Basta ler o Art. 15 da Constituição Federal, para saber que o documento assinado pelos vereadores não tem fundamento. E por que eles não apresentaram nenhum documento que prova a perda dos direitos políticos de Corazinho? Porque não existe nenhum documento em relação a isso. Se eles investigaram a ficha do vereador, desde o século passado, lógico que teriam apresentado provas da perda de direitos políticos. Qualquer tonto sabe disso! Se os vereadores realmente tivessem alguma dúvida, eles não teriam assinado aquele documento ridículo e sem fundamento. O documento também faz várias alusões à moralidade, mas os atos praticados dizem outra coisa. E que fique bem claro: eu não preciso bajular o vereador Corazinho, mas, nesse episódio da eleição da Mesa Diretora, não existe nenhuma razão para barrar a candidatura dele, a não ser a hipocrisia e a demagogia, mas não há leis que tipificam essas condutas como crime. Assim, melhor será transformar a Câmara de Cacoal em um bordel, porque, assim, pelo menos terá regras atualizadas… Tenho dito!!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual e Jornalista