O Marrocos se tornou a grande revelação da Copa do Mundo do Catar.
A seleção marroquina se tornou a primeira seleção africana e árabe a chegar à semifinal de uma Copa do Mundo neste sábado (10/12), ao vencer Portugal por 1 a 0, após já ter vencido a Espanha.
Mas antes do início do Mundial, os “Leões do Atlas”, como a seleção marroquina é conhecida, não estava entre as favoritas.
Vale lembrar que, antes mesmo das vitórias surpreendentes sobre Espanha e Portugal, o Marrocos já havia se classificado como líder do Grupo F, à frente da Croácia (vice-campeã mundial), Bélgica (número 2 do ranking da FIFA) e Canadá (líder das eliminatórias da Copa do Mundo da Concacaf).
1. Primeiro país africano e árabe em uma semifinal
Embora o futebol gere grandes paixões em cerca de 20 países do Oriente Médio e da África, apenas três seleções africanas chegaram às quartas de final de uma Copa do Mundo, mas nenhuma conseguiu ir além dessa fase.
Até agora.
Com a vitória sobre a Portugal de Cristiano Ronaldo por um gol com um salto impressionante de Youssef En-Nesyri, os marroquinos garantiram seu lugar entre as quatro melhores seleções do mundo.
As únicas seleções fora da Europa e da América do Sul a chegar às semifinais da Copa do Mundo foram os Estados Unidos, em 1930, e a Coreia do Sul, em 2002.
O nível dos marroquinos na Copa do Mundo do Catar tem sido notável: começaram com um empate (0-0) frente à Croácia, venceram a Bélgica por 2-0 e conquistaram outra vitória sobre o Canadá por 2-1 na fase de grupos.
Nas oitavas de final, empataram em 0 a 0 com a Espanha no tempo normal e venceram por 3 a 0 na disputa de pênaltis.
E frente a Portugal conseguiram desarmar a estratégia ofensiva do adversário e venceram com um gol de Youssef En-Nesyri.
2. A maioria dos jogadores nasceu fora do Marrocos
A migração de marroquinos, principalmente para países europeus, se reflete em sua seleção.
Da equipe de 26 jogadores, 14 nasceram fora do solo marroquino: Bounou, El Kajoui, Hakimi, Mazraoul, Saiss, Amrabat, Ziyech, Zorouy, Chair, Aboukhlal, Amallah, Boufai, El Khannous e Chedira.
Quatro deles nasceram na Holanda, quatro na Bélgica, dois na França, dois na Espanha, um na Itália e um no Canadá.
O autor do gol que levou o jogo contra a Espanha para os pênaltis, Achraf Hakimi, por exemplo, nasceu em Madrid e podia até ter jogado pela La Roja.
“Até tentei com a seleção espanhola, mas vi que não era o meu lugar, não me sentia em casa. Não era por nada em particular, mas pelo que sentia, porque não era o que tinha absorvido e vivido em casa, que é cultura árabe, sendo marroquino. Queria estar na seleção marroquina”, disse ele ao jornal esportivo espanhol Marca antes da Copa do Mundo.
O zagueiro de 24 anos ingressou nas categorias de base do Real Madrid, clube com o qual se estreou na primeira divisão em 2017, ano em que conquistou a Supercopa da Espanha.
3. Sofreu apenas um gol em toda a Copa do Mundo
Outro fato a destacar sobre o time revelação é que ele sofreu apenas um gol até o momento no torneio.
Até este sábado, o Marrocos é a equipe com menos golos sofridos neste Mundial. A Croácia segue em segundo lugar, com dois gols sofridos apenas.
E isso se deve em grande parte ao goleiro marroquino Yassine Bounou.
“Bono”, como é conhecido, nasceu no Canadá, mas seu time atual é o Sevilla da Liga Espanhola.
Apesar de ter sofrido apenas um gol em toda a Copa do Mundo, Bounou também foi peça-chave na partida contra a Espanha, defendendo dois pênaltis naquela vitória marcante. (BBC)