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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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CACOAL: OS QUARTÉIS, O RELÓGIO E A PICANHA…

Por Francisco Xavier Gomes

O ano de 2023 começou, a onça não bebeu água, Xandão não foi preso, Lula subiu a rampa, a cadelinha Resistência subiu junto e não aconteceu nada que não estivesse dentro das previsões de emoção, alegria, discursos fortes, muitos abraços e tapinhas nas costas e o clima de muito glamour de todas as posses presidenciais dos regimes democráticos. As bravatas que ameaçavam a posse ficaram no passado ou fugiram para a Flórida. A tendência é que tudo fique calmo, a partir de agora, talvez a única diferença é que todas as arruaças e crimes cometidos, em circunstâncias que estejam na competência das autoridades federais, serão devidamente apurados e os eventuais culpados serão punidos. Acabou essa história de crimes e ameaças contras as instituições da república serem confundidos com liberdade de expressão. Brasília, Rondônia e Nossa Urbe Obediana seguem como partes integrantes da república, a contagem de 72 horas que ninguém nunca descobriu o objetivo pode até continuar… Porém, todas as forças do bem estarão voltadas, a partir de agora, a lutar para garantir a picanha que o presidente eleito anunciou, desde o período de pré-campanha, e que muitos brasileiros fingem não entender o significado…

O Brasil viveu um retrocesso incomensurável, nos últimos quatro anos. O sistema de saúde foi completamente sucateado e sofreu com a ausência constante de ministros que tivessem alguma coisa a ver com saúde. Até o general Pazzuelo chegou a ocupar o cargo. As universidades públicas do país tiveram bilhões de recursos cortados e os investimentos na pesquisa e na ciência foram totalmente comprometidos. O programa Farmácia Popular foi extinto, os recursos da merenda escolar foram congelados, todas as políticas públicas voltadas para atender idosos, mulheres, pessoas em situação de vulnerabilidade e outros setores foram oficialmente boicotadas pelo governo. A única coisa que sempre foi estimulada, incentivada e financiada pelo governo das bravatas foi a liberação geral de armas, sem nenhum critério. Até o PCC passou a comprar armas legalizadas no Brasil e com o aval do Exército Brasileiro. Os programas de construção de moradias populares foram abandonados, nenhuma obra de grande impacto foi construída, nenhuma universidade foi criada, nenhum novo hospital foi anunciado… Foram quatro anos de completa inércia e de constantes ameaças e provocações contra os tribunais superiores e demais instituições da república. O que se pretende agora, o que Lula pregou em campanha, e a razão para a criação desta ampla frente progressista, que juntou muitas lideranças da nação, é a “Volta da Picanha”. O curioso é que muita gente ainda não entendeu qual a picanha que Lula e esta ampla frente desejam ao país…

O que se busca é a volta do diálogo. A pacificação de milhões de famílias que tornaram inimigos muitos de seus membros, o aumento dos recursos da merenda escolar, a volta da Farmácia Popular, as três refeições diárias básicas para as famílias pobres, as políticas de inclusão social, o fortalecimento da indústria brasileira, os incentivos aos pequenos produtores, a volta da política de moradia popular, o respeito ao meio ambiente, o fim das ameaças de fechamento de instituições da república e outras conquistas históricas que foram gravemente ameaçadas, durante esses últimos anos. Esta é a PICANHA que Lula deseja!! Esta é a picanha que esperamos de um novo governo! E quando teremos esta picanha de volta? Este é o grande desafio! Não é possível estabelecer prazos para o retorno desse tipo de realidade. Mas esta precisa ser a meta constante. E não é possível que haja brasileiros dispostos a lutar, ou até pegar em armas, para impedir a busca por esta picanha. O eterno relógio fascista de 72 horas precisa se voltar para a busca coletiva da picanha da paz, da picanha da harmonia, da picanha solidariedade, da picanha do respeito ao Estado Democrático de Direito, da picanha do respeito às instituições da República…

E os quartéis, como ficam? Ficam como sempre estiveram. À disposição dos três poderes, sempre que o país for ameaçado por inimigos externos, o que não acontece desde 1865. E se os inimigos externos não ameaçarem, as Forças Armadas podem seguir pintando de branco os troncos de árvores, o meio-fio das calçadas, os troncos de postes. As Forças Armadas não podem ser usadas por nenhum governo democrático para ameaçar seu próprio povo. Aquele jipe, o soldado e cabo que eram usados para ameaçar as instituições da República podem ser usados para proteger as riquezas da Amazônia, para ajudar no transporte de vacinas, para atender demandas sociais que ajudem a consolidar a sociedade que buscamos e uma nação cada vez mais soberana. Aqueles que pensam que a picanha pregada em campanha se limita a um simples pedaço de carne bovina precisam acordar para a realidade e perceber que não há espaço para alimentar o rancor, o ódio e ressentimento e a discórdia. Agora, é vez da picanha social…Tenho dito!!!!

 

FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Jornalista

 

 

 

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