Por Francisco Xavier Gomes
CACOAL: O GOVERNO, OS SERVIÇOS A E TIFLOSE…
O município de Cacoal é um importante polo do estado de Rondônia, em diversos aspectos, e nem lembro quantas vezes já registrei aqui na coluna esta assertiva. Aliás, esta também é a opinião de todas as pessoas que estudam sobre as potencialidades de Rondônia e sobre a força geopolítica dos municípios que constituem nosso estado. Todavia, Nossa Urbe Obediana enfrenta enormes dificuldades para se consolidar como força indiscutível pela fragilidade com que a máquina estadual opera na Capital do Café e pelos critérios utilizados para fazer escolhas políticas, em importantes momentos e setores, adotados pelo chefe do Executivo Estadual. E os resultados práticos dessa falta de critérios e da falta de diálogo com o município são sentidos no dia a dia da sociedade. O coronel Marcos Rocha precisa acordar e colocar seu exercito para funcionar em Cacoal, porque, até agora, a situação lembra muito mais o Incrível Exército de Bracaleone…
Antes que as pessoas dedicadas às fofocas utilizem seus repertórios, na busca pela distorção dos fatos que vou registrar neste texto, é imperioso que se destaquem duas informações muito importantes. Primeiro, que não sou bajulador do governador e muito menos de seus asseclas, porque não dependo disso para tocar a vida e jamais aceitaria fazer parte do governo, por razões absolutamente lógicas e sobre as quais não vou tecer comentários. Segundo, é que não se pode negar que o governo de Marcos Rocha tem, sim, importantes ações no município de Cacoal. Entretanto, muitas dessas ações não aparecem, por absoluta falta de competência da Secretaria Regional de Governo instalada em Nossa Urbe Obediana. É evidente que não me refiro às pessoas hierarquicamente subordinadas, porque conheço várias delas e reconheço como pessoas competentes. É óbvio que o problema reside na visível falta de capacidade de articulação do Secretário Regional de Cacoal. Particularmente, eu nem conheço e pode até ser uma boa pessoa, mas isso nunca foi sinônimo de competência política. Eu sinceramente descobri, poucos dias atrás, que havia um secretário nomeado e acreditava piamente que o órgão havia sido extinto com o lamentável falecimento de meu amigo Celso Adami, poucos anos atrás.
O setor de saúde da esfera estadual instalado em Cacoal é prova cabal da inoperância da Secretaria Regional e a população sofre as consequências disso. E precisamos deixar claro que os problemas não acontecem por culpa dos servidores da saúde. Claro que não!! Eles fazem tudo que podem para tentar fazer funcionar o Hospital Regional e o HEURO. O problema está na falta de médicos; na falta de equipamentos; na falta de materiais básicos e na falta de ação da Secretaria Regional. Para citar apenas um exemplo, desde o mês de abril, o Hospital Regional fechou uma UTI, por falta de profissionais. Isso é vexatório para um município chamado de Polo de Saúde! É provável que o governador nem saiba disso, porque, muitas vezes, essas informações não chegam a ele como deveriam. A consolidação de Cacoal como Polo de Saúde implica exatamente na ampliação dos serviços; não no fechamento de atividades. É necessário que haja veemência da Secretaria Regional, para cobrar o pleno funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva no HR de Cacoal. O que está em jogo é a vida de milhares de pessoas; e não o eufemismo da omissão nas ações. Sun Tzu, o estrategista chinês que viveu 500 anos antes de Jesus Cristo, dizia o seguinte: “Diante de uma larga frente de batalha, procure o ponto mais fraco e, ali, ataque com a sua maior força.” Não há nenhuma dúvida de que o ponto mais frágil do Governo de Rondônia em Cacoal é a saúde. Faltam as ações!!!
E para citar somente mais um exemplo de fragilidade da estrutura estadual em Nossa Urbe Obediana, basta lembrar que muitos cacoalenses juram, de pés juntos, que todas as ruas asfaltadas no município, nos últimos meses, são obra do vereador Kapichão das Demandas. Não, meus amigos, não são!! Todas essas ruas foram asfaltadas pelo “Programa Tchau, Poeira”. Isso é mérito do governador e não podemos ser injustos com ele, nesse aspecto. E meu amigo Kapichão das Demandas diz, com todas as letras, nas redes sociais, que ele é quem mostra as necessidades para o Chefe da Casa Civil de Rondônia. Se o vereador exerce o mandato e ainda precisa tirar um tempo para mostrar ao Governo de Rondônia as demandas de Nossa Urbe Obediana, alguma coisa não funciona no governo. Não tem nada mais óbvio do que isso!! E não me venham as carpideiras do rochismo dizer que registro inverdades, porque até os bagres que o ex-vereador Rogerinho soltou no rio Machado percebem isso. Também não faz sentido dizer que o problema reside nas pessoas subordinadas, lotadas na Secretaria Regional, porque são pessoas reconhecidas como competentes em diversos outros setores onde atuaram no serviço público obediano. O problema é a evidente falta de conexão da Secretaria Regional com a realidade de Cacoal.
Finalmente, reitero que não se trata de absolutamente nada pessoal, em relação ao secretário regional, porque não o conheço, nem sei seu nome e sinceramente acredito que deve ser alguém com boa vontade. Entretanto, boa vontade e capacidade de liderar são frutos que não nascem na mesma árvore. Além disso, é pouco provável que a boa vontade construa os resultados práticos dos quais Nossa Urbe Obediana necessita para ser, de verdade, um polo do estado. A boa vontade é irmã gêmea do planejamento, da capacidade de liderança, da conexão com a sociedade e da visão da realidade. O resto é puro proselitismo… Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Jornalista
