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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Coluna do XAVIER – Cacoal: A Administração, a Saúde e as Obras Inacabadas…

Francisco Xavier E1599229223641

As pessoas que acompanharam os emocionantes discursos de campanha em 2020 certamente lembram claramente dos fatos, especialmente de um debate que aconteceu nas dependências da CDL, ocasião em que Seo Antunes afirmou, pela enésima vez, que Cacoal não precisava de deputado, bastava elegê-lo prefeito para a cidade se transformar no principal município de Rondônia. No aludido debate, ele também afirmou que não precisava ter plano de governo registrado em papel, visto que tinha nascido em Cacoal, conhecia muito bem a cidade e seu plano de governo estava na cabeça. Hoje começa o segundo semestre da administração que vai até dezembro de 2024 e seguimos esperando pacientemente as transformações prometidas, constatando que o trivial e as tradições administrativas ainda constituem uma marca sólida em nossa Urbe Obediana…

Um fato que deve ser devidamente registrado é a impossibilidade de se fazer grandes mudanças em uma cidade, no transcurso de seis meses. Neste particular, é necessário ter um pouco de paciência, até mesmo por uma questão de justiça, levando-se em consideração o fato de que a atual gestão iniciou quando a pandemia da Covid-19 já estava com nove meses e tomava conta do mundo.  Naquele momento, Rondônia, infelizmente, registrava 1.817 óbitos por Covid-19, sendo 57 deles na Capital do Café. Na ocasião, também já existiam obras e outros bem públicos abandonados em Cacoal, como o prédio da antiga SEMAST, Unidade Mista, Vila Olímpica, arquibancada do estádio Aglair Toneli, Hospital Municipal de Cacoal, escola José de Almeida, e já se falava em climatização do Feirão do Produtor. Assim, não faz sentido imaginar que o burgomestre teria tempo hábil para sanar tais problemas em seis meses. A única coisa que Seo Antunes prometeu que faria no primeiro semestre era alugar um prédio novo e mudar o Hospital Materno Infantil de lugar, mas precisamos dar um desconto, porque as coisas não são bem assim. Apenas para escolher um nome para a secretaria de saúde, o alcaide precisou de 71 dias. Por analogia, vê-se que não é possível mudar um hospital de local em seis meses…

A propósito do nome da nova secretária de saúde ter sido definido, logicamente que vamos esperar que surjam os resultados esperados e as soluções das quais o município precisa para avançar no setor. Tecnicamente, Janayna Gomes, a nova secretária, possui bom currículo e não tenho nenhuma restrição à nomeação. Ainda que tivesse, não faria nenhuma diferença, porque considero o secretário de educação de Cacoal tecnicamente muito ruim, mas isso não significa nada para a “Força da Nova Geração”… E como a abordagem é sobre a administração municipal, também considero o presidente do SAAE um secretário com muita capacidade técnica e com o necessário preparo político para ocupar o cargo. O presidente do SAAE estuda sobre a empresa, conhece o perfil dos servidores, respeita as atribuições institucionais dos vereadores e, nitidamente, não é submisso ao prefeito.  Essas características fazem muita diferença. Ao citar o presidente do SAAE, não significa eu considero todos os demais secretários incompetentes, porque acredito na capacidade de Janayna Gomes e acredito em sua capacidade para buscar os melhores resultados. Isto sem falar que há nomes como Michelle Pavani que certamente poderia contribuir muito, caso fosse lotada em uma área compatível com sua formação. O fato de não citar outros nomes não implica descartar, visto que eles podem melhorar e apresentar alguma novidade nos próximos sete semestres…

As mudanças que a cidade precisa também passam por um legislativo mais autêntico e menos permissivo, capaz de ajudar defender projetos originários do executivo com a mesma independência que cobra e fiscaliza as ações. Mas, antes de cobrar do prefeito, os vereadores precisam cobrar de si mesmos a altivez de quem prometeu mudanças. Neste momento, vejo a Câmara de Cacoal adotando uma bandeira que tem meu total apoio, que é cobrar do governador Marcos Rocha e do secretário Fernando Máximo o mínimo de respeito pela população de Cacoal. Obviamente que não é fácil a tarefa dos vereadores, porque os deputados estaduais de Rondônia jamais lutaram pela saúde do estado, mas com a proximidade do período eleitoral, certamente alguns deles vão começar a aparecer. Aliás, os vereadores de Cacoal deveriam observar o exemplo dos deputados estaduais que foram eleitos, tomaram posse e passaram a atuar como guachebas do governador. As dificuldades que os deputados terão para permanecer no cargo decorrem deste processo de submissão…

Assim, vamos seguir esperando que o plano de governo contido na cabeça de Seo Antunes seja executado e que nossos vereadores eliminem, de vez, a síndrome do legislativo chaveirinho, que acometeu a ALE. A atuação firme de nossa edilidade certamente trará bons frutos e possibilitará a busca por novos caminhos. Ao contrário disso, caso os inquilinos do PCC sejam acometidos pela síndrome que atingiu os deputados, a única mudança da nova administração será a sede do Palácio do Café para o Complexo do Arrancadão, deixando como fruto mais um prédio público abandonado em frente à pracinha, para ser adotado por futuras administrações… Tenho dito!!!!

FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual e Articulista

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