Por Francisco Xavier Gomes
CACOAL: OS ECONOMISTAS, AS MARAFONAS E AS ASPIDOSPERMAS…
A eleição municipal de 2020 foi considerada por muitos eleitores de Nossa Urbe Obediana como uma espécie de marco da esperança, na moralização da coisa pública e no respeito pelos suados impostos pagos pelo contribuinte cacoalense, todos os dias e meses do ano. A esperança era que fossem eleitos novos vereadores para mudar a história da cidade e principalmente para colocar um ponto final em muitos escândalos que ocorriam no universo político de Cacoal. Ledo engano! Foram eleitos 09 vereadores novatos e somente 03 permaneceram em seus cargos. Hoje, a menos de um ano da escolha de novos candidatos para as eleições de 2024, a Câmara de Cacoal enfrenta o maior desgaste político de sua história e somente as pessoas com altíssimo grau de tiflose irão divergir de tal constatação. Passados quase três anos de mandato, os fenômenos mais destacados na edilidade obediana são: a hipocrisia, o mau-caratismo, a jacobice, a aleivosia…
Os contribuintes que ainda têm coragem para acompanhar as ações dos vereadores assistiram, na semana passada, a uma pseudossessão convocada, ilegitimamente, pelo grupo de vereadores mais conservadores da cidade, cuja finalidade seria extinguir o cargo de Procurador-Geral no legislativo municipal. Tudo papo furado!! Os próprios vereadores sabem muito bem que os argumentos utilizados por eles naquele parecer jurídico, que tem o mesmo texto desde 1984, não passam de falácia. A verdadeira intenção era tornar o presidente da Casa, Valdomiro Corá, refém de todos os absurdos jurídicos que a Câmara de Cacoal tem produzido nos últimos anos. Na citada sessão, estavam presentes apenas os vereadores do grupo constituído pelos edis que se autodeclaram representantes das famílias, dos bons costumes, da moralidade, da ética, da tradição, da honestidade e da seriedade. Ou esses senhores não conhecem os conceitos de seriedade e honestidade, ou estão zombando da cara do contribuinte obediano. Onde é que existe seriedade nos atos de convocação e realização de uma sessão tão fajuta como aquela?
A pseudossessão não passou de um mero encontro de jacobeus, e os motivos de nulidade dos atos são tão fartos quanto a falta de amor próprio e dignidade de qualquer político que, agindo dessa maneira, fala em honestidade. Todavia, todos os vereadores presentes à sessão falaram de moralidade e de “economizar recursos públicos”. Se tem uma coisa que a atual Câmara Municipal jamais pensou em praticar foi a economia de recursos; e as provas de que tais discursos não se sustentam são infinitas. Os vereadores que pregam essas verborragias deveriam se dedicar à plantação de aspidospermas em seus lotes, para tomarem banho com a essência líquida destas apocináceas, depois de janeiro de 2025. Políticos que falam em economia de recursos revelam, sem exceção, total despreparo para o exercício do cargo. No setor público, não deve existir economia de recursos; o que deve existir, e nossos vereadores nunca praticaram isso, é a utilização correta e honesta dos recursos. Esse papo de economia é ladainha para enganar trouxas. A extinção do cargo de Procurador-Geral no Poder Legislativo não tem absolutamente nenhuma conotação com economia. O cinismo foi tão grande que os vereadores e seus bajuladores falaram em extinguir o cargo para “economizar” 10 ou 12 mil reais mensais. Discursos ridículos!!!
Os mesmos vereadores que falam em economizar 10 mil por mês, com a extinção do cargo citado, são os mesmos que consumiram, em cinco meses, quase 400 mil reais em diárias utilizadas para passeios em Porto-Velho, Brasília, Rio de janeiro, Santa Catarina, Espirito Santo, Bahia, São Paulo e diversos outros estados da federação. Os vereadores que falam em economizar são os mesmos que, poucos dias atrás, tentaram criar o Auxílio Alimentação e o Auxílio Saúde para eles, apenas com a intenção de aumentar a renda. Os vereadores que falam em economizar são os mesmos que colocaram para baixo do tapete o escândalo dos combustíveis, que causou um prejuízo milionário ao contribuinte, e nunca foi investigado pela Câmara de Cacoal. Os vereadores que falam em economizar são os mesmos que criaram a lei de segurança privada para o presidente da Câmara de Cacoal e decidiram liberar os veículos do Poder Legislativo para circular 24 horas por dia, sendo dirigidos por qualquer pessoa e servindo de uber para circular nos bares de Cacoal e Porto-Velho. Qual é a economia que existe nesses atos? Esses senhores agem como marafonas do erário obediano e imaginam que todos os contribuintes têm o mesmo grau de parvoíce peculiar a eles. Se a hipocrisia não fosse a maior marca de nossos edis, Oscar Maroni bem que poderia contratá-los para os próximos quatro anos…
E as condutas antieconômicas não param somente nisso! É exatamente o mesmo grupo de economistas aleatórios que se prepara para mudar as regras do município e aumentar o número de cadeiras na Casa de Leis obediana. A única finalidade que se pode ver nisso é a nítida intenção de ganhar novos colegas para pescar tubarões nas praias do Rio de Janeiro, conhecer o Lago Orion, em Barueri ou fazer um happy hour nos botecos da capital. A Câmara de Cacoal não tem nenhuma necessidade de aumentar o número de vereadores. O que precisa aumentar, ainda nessa legislatura, é o respeito pelas pessoas que trabalham para pagar impostos. Ah! Nossos economistas aleatórios também não precisam fazer nenhuma economia para investir na produção de aspidosperma e podem até furar filas para fazer isso, por razões óbvias… Tenho dito!!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Jornalista