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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Shoppings fecham 127 lojas em agosto; Polishop, Ponto e Imaginarium são as mais afetadas

 

Das varejistas que lideraram os fechamentos, a maior parte faz parte de companhias que lutam para reorganizar as contas em meio a altos endividamentos

A equipe de analistas do Bank of America (Bofa) observou que agosto foi marcado por uma crescente saída de varejistas das principais redes de shopping centers no Brasil. Durante o mês, ocorreu o fechamento de 127 lojas, contrastando com as 82 inaugurações de julho. A maioria das varejistas que liderou os encerramentos faz parte de empresas que enfrentam desafios financeiros devido a elevados níveis de endividamento.

Como resultado, o terceiro trimestre registrou um saldo negativo de 45 lojas encerrando suas operações até o momento. Os dados relativos a setembro ainda não foram disponibilizados. O levantamento do Bofa fornece informações líquidas, ou seja, refletem o saldo entre aberturas e fechamentos de lojas durante o período. A pesquisa abrangeu 146 shopping centers, que contabilizam aproximadamente 28 mil lojas ao todo.

A Polishop liderou o ranking das empresas que mais fecharam lojas em agosto, com um total de nove encerramentos. A empresa está passando por um processo de reestruturação devido aos impactos da pandemia, que resultaram em quedas nas vendas, atrasos no pagamento de aluguéis e processos de despejo. Até agosto, a Polishop já havia fechado 22 unidades em shoppings ao longo do ano, conforme relatório do Bofa.

Na segunda posição da lista, ficaram Triton, Puket, Ponto e Imaginarium, com o encerramento de cinco lojas cada, sinalizando as dificuldades enfrentadas por varejistas nos setores de vestuário e eletroeletrônicos. É importante notar que, até agosto, a Puket e a Ponto não haviam fechado unidades durante o ano.

Imaginarium e Puket fazem parte da Uni.co, que pertence às Lojas Americanas e está em processo de recuperação judicial. Esta unidade de negócios é uma das que a varejista planeja vender para reequilibrar suas finanças, enquanto enfrenta uma investigação de fraude que inflou os resultados da empresa em cerca de R$ 25 bilhões.

Por sua vez, o Ponto (anteriormente Ponto Frio, do Grupo Casas Bahia) faz parte de uma empresa em processo de reorganização, que anunciou o fechamento de 50 a 100 lojas. O presidente do Grupo Casas Bahia, Renato Franklin, está concentrado em melhorar os indicadores financeiros da empresa e vê o fechamento de lojas deficitárias como uma medida necessária. A empresa enfrenta as consequências de ter buscado expansão digital e diversificação de negócios quando as taxas de juros estavam em 2%, enquanto agora, com a Selic mais alta, as vendas estão fracas e a dívida é elevada.

Outras empresas também aparecem no topo da lista de fechamentos ao longo do ano, de janeiro a agosto: Tok? Fini (doces), 15; Bagaggio (bolsas e mochilas), 14; Life By Vivara (joias), 12; e Natura (cosméticos), 10.

A pesquisa do Bofa focou em empreendimentos das nove maiores empresas do setor de shopping centers, incluindo Multiplan, Iguatemi, Allos (antiga Aliansce Sonae após fusão com BrMalls), Ancar Ivanhoe, Almeida Junior, Gazit, JHSF, JCPM e Syn.

De acordo com o relatório, Aliansce e BrMalls lideraram os fechamentos em agosto, com 85 e 45 encerramentos, respectivamente. Portanto, o novo grupo que surgiu com a Allos registrou a saída de 130 lojistas, destacando-se como o principal ponto de evasão no setor no mês. Os shoppings do grupo no Rio de Janeiro, como Bangu, Carioca, Caxias e Grande Rio, foram os mais afetados.

Os analistas responsáveis pelo relatório do Bofa, Carlos Peyrelongue e Aline Caldeira, consideram que essa situação da Allos está alinhada com a estratégia do grupo de substituir varejistas e buscar sinergias com outras redes, com o objetivo de aumentar a ocupação e as receitas de aluguel no futuro. No entanto, eles alertam que é necessário acompanhar de perto se essa estratégia será bem-sucedida.

Um destaque positivo em agosto foi a Multiplan, que inaugurou 11 novas lojas. Os analistas elogiaram a recuperação da empresa após um início de ano desafiador, no qual algumas lojas foram fechadas. No entanto, eles também apontaram que os custos de ocupação na Multiplan, que medem a relação entre aluguel e vendas dos lojistas, estão acima dos de seus concorrentes, o que representa um desafio adicional em um momento em que as varejistas enfrentam dificuldades.

Fonte: Estadão Conteúdo – Foto: Redes Sociais

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