A comercialização da safra 2021/22 da soja brasileira alcançou 93,3% da produção esperada até o dia 2 de dezembro, mostra levantamento realizado pela DATAGRO Grãos.
Com isso, segue muito abaixo dos 99,3% do fluxo recorde da safra 2019/20, dos 94,5% observados em igual momento do ano passado, e também da média de 95,3% dos últimos 5 anos.
Houve incremento mensal de apenas 1,9 ponto percentual, abaixo dos 3,7 p.p. observados no mês anterior, mas um pouco acima do padrão normal para o período — 1,6 p.p.
“Até se confirmou a nossa projeção de leve aumento nos preços, mas sem empolgar os produtores, que aguardam valores ao menos um pouco melhores com a intensificação da entressafra para vender o restante da safra, mas não será muito fácil de acontecer. As margens da indústria até melhoraram em setembro e outubro, mas o cenário de combinação de Chicago, prêmios e câmbio não é exatamente animador para dezembro, ficando uma melhora mais ligada a eventuais demandas regionalizadas”, diz Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
Considerando a produção de 2022, revisada para 126,91 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 118,45 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava muito maior em termos relativos e absolutos, chegando a 131,18 mi de t.
Safra 2022/23
A análise da DATAGRO Grãos mostra que 21,2% da produção estimada da oleaginosa safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 2,1 p.p. na comparação com o levantamento anterior. Esse fluxo segue bem abaixo dos 30,4% em igual momento do ano passado, dos 56,3% do recorde de 2020 e dos 36,3% da média plurianual.
As vendas chegaram a 38,5% na Bahia, 33,5% no Mato Grosso, 29,4% no Piauí e 29,1% no Tocantins.
Milho
O levantamento da DATAGRO Grãos também mostra andamento lento na comercialização do milho da safra de verão 2021/22 no Centro-Sul do Brasil, mas com avanço de 3,9 p.p. em novembro, acima dos 3,2 p.p. registrados em outubro e média normal de 2,2 p.p. Com isso, as vendas alcançaram 88,6% da produção esperada, contra 95,5% em igual momento do ano passado e 93,8% na média dos últimos 5 anos.
Com previsão de safra em 18,50 mi de t, os produtores comercializaram 16,40 mi de t.
Em relação à safra de inverno 2022, até o dia 2 de dezembro, 74,5% da produção estava compromissada pelos produtores, ante 69,6% no mês passado, 87,8% em 2021 e 85,5% na média plurianual.
Fonte: DATAGRO