O DF vive um boom de casos de dengue: foram mais de 16 mil apenas nos 20 primeiros dias do ano. Em menos de um mês, foram registradas quatro mortes por causa da doença na capital — a última delas foi a do empresário Felipe Francisco de Carvalho Marín, que faleceu nessa quinta-feira (25/1) em decorrência de um quadro de dengue hemorrágica.
Esta forma da doença é uma complicação que atinge as células do sangue, impedindo a coagulação e levando a hemorragias internas e externas. Ela é a dengue mais associada aos óbitos, mas não se trata de uma variante específica, e sim de uma complicação que muitas vezes conta com o incentivo do organismo.
O que é a dengue hemorrágica?
O vírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, possui quatro sorotipos diferentes, sendo o 1 e o 2 os mais frequentes. Todos eles podem levar à dengue hemorrágica. Em geral, o quadro grave ocorre em pessoas que já foram infectadas anteriormente e representa um em cada 20 casos da doença.
Essa tendência a complicações tem uma lógica complicada. Uma vez infectado com a doença, o paciente ganha um bônus e um ônus: a vantagem é a imunidade permanente contra o sorotipo responsável pela infecção. Entretanto, os mesmos anticorpos que protegem contra aquela forma da doença acabam atrapalhando o combate às outras.
É como se o corpo identificasse corretamente o inimigo (a dengue) e usasse as células que já aprenderam a desarmá-lo. Só que a arma do invasor não é a mesma com a qual as células treinaram. Com isso, o vírus consegue se reproduzir enquanto as defesas seguem produzindo os mesmos anticorpos ineficientes.
Com a presença de mais vírus no corpo, a dengue ataca as células responsáveis pela coagulação sanguínea, que estancam sangramentos. Sem elas, mesmo microfissuras não deixam de sangrar, enfraquecendo o indivíduo. A forma hemorrágica costuma aparecer no quarto ou quinto dia da doença e leva às hospitalizações mais complicadas.
“Por isso, as pessoas que já tiveram dengue no passado podem apresentar sintomas mais severos. Quanto mais vírus circulando, maior o perigo. Além disso, estamos diante de formas do vírus, como o sorotipo 3, que há 15 anos não circulavam tanto como agora. O risco de crescimento contínuo do número de casos nos próximos meses é real”, explica o diretor nacional de infectologia da Rede D’Or, David Uip.
Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas.
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte.
O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias.
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos.
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes.
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos.
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte.
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue.
Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão.
Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.
Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas.
Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas.
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte.
Sintomas da dengue hemorrágica
Os sintomas mais clássicos da dengue incluem febre alta (acima de 38°C), dor no corpo, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo. Estes sinais já devem bastar para buscar assistência hospitalar, já que a automedicação pode complicar o caso.
A forma hemorrágica, além de incluir essas mesmas manifestações, ainda ganha como novos sinais os sangramentos, principalmente nas gengivas e pele, vômitos persistentes e dor abdominal intensa e contínua (resultado dos sangramentos internos).
“Esse tipo de caso pode levar à morte. Por isso, o paciente deve ser levado imediatamente para um hospital de referência para monitoramento e tratamento clínico especializado”, alerta o médico Juan Carlos Boado, diretor Técnico do Hospital Bom Pastor, em Guajará-Mirim (RO).
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