A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (3), três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão para prender e identificar novas pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, em Brasília. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e fazem parte da quarta fase da Operação Lesa Pátria. Até 7h20, uma pessoa havia sido presa em Goiás.
Estão sendo cumpridos mandados em Rondônia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal. De acordo com a Polícia Federal, as investigações continuam em curso e a operação se torna permanente, com atualizações periódicas sobre número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas
Os atos investigados constituem os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Os ataques depredaram obras de arte e documentos e equipamentos importantes para os Três Poderes e podem ser classificados como terrorismo, a depender da decisão da Justiça.
Em entrevista à Record TV e ao R7, nesta quinta-feira (2), o recém-empossado secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, disse que as unidades policiais acionadas para conter a ação de vândalos em 8 de janeiro estão sendo investigadas para apurar falhas e eventuais omissões.
“Em 2013, foram vários os epsiódios com manifestantes em um número muito maior do que esse 8 de janeiro, e a Polícia Militar se portou muito bem, e nada de mais grave aconteceu naquelas oportunidades. Acho que é preciso verificar se foram usados os meios necessários, as unidades que têm competência para lidar com esse tipo de manifestação — o que, aparentemente, não aconteceu no dia 8 de janeiro e deu ensejo a esses fatos lamentáveis, que são objeto de apuração.”
Ele disse ainda que há um déficit na Polícia Militar do DF, e que vai trabalhar para solucioná-lo. “Pra cada concurso que a gente faz pra colocar dois mil policiais dentro da corporação tem uma quantidades às vezes maior de pessoas que estão indo pra reserva dentro do mesmo período. Então são considerações que a gente tem que fazer até pra buscar soluções que sejam realmente viáveis para o Distrito Federal e para o Brasil”, afirmou.