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segunda-feira, dezembro 23, 2024

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Lula não vai pedir desculpas a Netanyahu

Presidente Lula discursa no Rio. Foto: Ricardo Stuckert

Em meio à escalada de tensões entre Brasil e Israel, o ex-chanceler e atual assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, compartilha suas ponderações sobre a atual situação diplomática. Aos 81 anos, Amorim não se mostra otimista quanto às perspectivas de interlocução com o governo israelense, destacando a condição crucial para qualquer aproximação: o cessar da ofensiva na Faixa de Gaza.

De acordo com o Valor, Amorim não hesita em classificar a ofensiva israelense em Gaza como genocídio. Sua crítica vai além, apontando para uma “estranha aliança” entre Israel e a extrema direita brasileira. Essa análise incisiva revela a complexidade das relações bilaterais e a profunda preocupação do ex-chanceler com a situação na região.

Neste domingo (25/2), por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, utilizando a tensão diplomática entre Brasil e Israel como motivo para aglutinar apoiadores da exrema direita.

Quanto à exigência para que o presidente Lula peça desculpas a Israel, Amorim é claro e taxativo. Ele sugere que, se Binyamin Netanyahu espera por um pedido de desculpas, continuará esperando. Essa postura firme reflete a posição de Amorim, que não enxerga motivos para um pedido de desculpas por parte do presidente Lula.

Amorim aborda a recente controvérsia envolvendo a visita do presidente Lula e a resposta do governo israelense. Para o ex-chanceler, foi uma armadilha, destacando o tratamento lamentável dado ao embaixador brasileiro. Ele enfatiza que a relação Brasil-Israel, que historicamente foi positiva, foi comprometida por atitudes diplomaticamente inadmissíveis.

Questionado sobre a possibilidade de diálogo com o governo Netanyahu, Amorim se mostra pessimista. Ele destaca a postura do atual governo israelense, que, segundo ele, não busca a existência da Palestina, nem em Gaza nem na Cisjordânia. A condição fundamental para qualquer retomada de diálogo, na visão de Amorim, é o fim da violência e da matança.

Na noite deste sábado (24/2), em Tel Aviv, milhares de israelenses foram às pedindo “Fora, Netanyahu”. A manifaestação foi duramente reprimida com jatos de água e prisões.

(Esmael Morais, Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael)

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