CARRAPATO: RO já teve seis casos de febre, segundo Ministério da Saúde

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Um nome está assombrando os brasileiros, trata-se da febre maculosa. As recentes mortes ocorridas no estado de São Paulo ligaram o alerta sobre essa doença. A última vítima fatal foi uma adolescente de 16 anos que, assim como outras, tiveram em comum nos últimos dias, a participação em uma festa, no dia último dia 27, em uma fazenda na área rural da cidade de Campinas.

Quem se contamina com a bactéria Rickettsia adquire a doença e apresenta sintomas como dor de cabeça, febre alta, dores no corpo e o aparecimento de manchas na pele, diarreia e vômito. Em formas mais graves, a doença pode causar hemorragias, seguido de insuficiência respiratória, danos ao sistema nervoso central, insuficiência renal, levando à morte.
Outro nome dado para a febre maculosa é febre do carrapato, pois, é uma doença infecciosa aguda causada por uma bactéria e transmitida ao ser humano pela picada de carrapatos. O nome “maculosa” se deve às manchas vermelhas que aparecem no corpo do paciente, chamadas de máculas.
Rondônia
Em Rondônia, o veterinário André de Abreu Rangel Aguirre, da Fundação Osvaldo Cruz, é um estudioso dos carrapatos de nossa região há sete anos. Além, de investigar a Rickettsia, que é a bactéria causadora de febre maculosa, estuda outros agentes associados a carrapatos que podem causar doenças.
Ele revelou que existe febre maculosa em nossa região e, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, já foram registrados seis casos entre 2007 e 2023 sem mortes em Rondônia. No Brasil, foram cerca de 200 casos por ano nesse mesmo período, somando mais de 2300 casos.
“Os seis casos de Rondônia ocorreram entre 2015 e 2019, sendo dois em Ariquemes, dois em Porto Velho, um em Rolim de Moura e um em Alvorada D’Oeste. Pouco se sabe sobre a relação entre características ambientais e o risco de adquirir febre maculosa em Rondônia, suspeitamos ter relação com pessoas que frequentam ambientes de mata. Em nosso Estado, não há registro de óbitos por febre maculosa. Há somente um óbito registrado para toda a região Norte, que foi em Tocantins”, revelou.
 Veterinário André de Abreu Rangel Aguirre, da Fiocruz, é um estudioso dos carrapatos de nossa região
André explicou também que a febre maculosa pode ser causada por duas bactérias do gênero Rickettsia, que são: Rickettsia ricketsii (causa febre maculosa com alta letalidade) e Rickettsia parkeri (causa febre maculosa com sinais clínicos leves). Apenas Rickettsia parkeri possui registro na região Amazônica, e não há ainda registros da Rickettsia rickettsii nessa região.
Segundo ele, ambas as bactérias são transmitidas para o ser humano pela picada de carrapatos do gênero Amblyomma, conhecidos como “carrapato-estrela”, principalmente quando é época de ocorrer o estágio de vida imaturo desses carrapatos no ambiente, que é o período de maio a outubro (período da seca).
“Os carrapatos que transmitem a bactéria mais letal são das espécies Amblyomma sculptum (principal carrapato vetor), de ocorrência no Cerrado e áreas de floresta degradada, e o Amblyomma aureolatum, de ocorrência em áreas de Mata Atlântica de altitude acima de 800 metros acima do nível do mar. Vale lembrar que esses carrapatos não são de ocorrência Amazônica. Já o Amblyomma ovale é um carrapato que transmite o segundo tipo dessa bactéria no Brasil, que causa casos leves de febre maculosa, esse carrapato é abundante na Amazônia e já foi encontrado infectado com Rickettsia parkeri no estado do Acre”, informou.
Animais Domésticos
O técnologista da Fiocruz disse que existem algumas formas simples de se evitar o contato com carrapatos. Para isso, ele sugere que quando ir a ambientes de mata, usar roupas fechadas, calçados, meia por cima da calça e camiseta por dentro e roupas claras para visualizar melhor o carrapato.
“Quando retornar de áreas de mata, é importante realizar uma vistoria no corpo o mais rápido possível e remover carrapatos do corpo. O carrapato precisa de pelo menos 4 horas para transmitir a bactéria para a pessoa”, explicou.
Ele alertou para os cuidados com os animais domésticos quanto aos carrapatos. O veterinário afirmou que mantê-los limpos, higienizados e tratados contra ectoparasitas é importante para garantir que esses aracnídeos fiquem distantes dos humanos.
“Manter os animais domésticos, cães e cavalos principalmente, devidamente tratados com carrapaticidas é importante, principalmente se os animais tem acesso às áreas de mata. Os carrapatos dos animais domésticos transmitem doenças somente aos animais no Brasil”, finalizou.
Rondoniaovivo
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