*Por Geraldo Gabliel
Marinheiro a marinar
Lança-te ao mar, ó! marinheiro.
Sonha longe, ao navegar.
Vai depressa viajante!
Já é tarde, em triste-andar.
Apressa-te, ó marinheiro!
Pois, na janela de tu’alma,
Vê! teu forte suspirar!
No caminho? Içar velas.
Sem temor – a marear!
Apressa-te, ó marinheiro!
Às margens de outro mar,
Em que almejas, hoje, estar
Sabe a teu pão de mel
Teu amor, a saborear.
Apressa-te, ó marinheiro!
Neste ímpeto, teus desejos,
Não há tempo, nem chorar.
Pois, tuas lágrimas do passado
Jamais vão te naufragar.
Apressa-te, ó marinheiro!
Tanta tristeza, e tal saudade
Já não sentirás por lá.
Eis! que o amor que tanto amas,
No abraço, te espera já!
*Geraldo Gabliel
(Versão de Marinero a Marinar, em espanhol, do próprio autor)
Adelaide
Eis-me à penas,
…dúbias penas.
Eis-me às favas
… dulces cavas.
Ora em teto, sinuelo;
Ora, em vala de um abismo.
Se suspiro, se lamento…
Ou me assombro,
Encantamento:
Não renegue o
meu tormento.
Ah! Pupila – Adelaide.
Dá-me a seiva dos teus lábios.
Dá-me fôlego – regozijo.
Acaso alma minha,
morro aos olhos
da maldade? Piedade!
Oh! Adelaide… signorina.
Dá-me enfim:
Não triste sina.
*Geraldo Gabliel – Professor