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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Coluna Boca Maldita – EMPREGOS PARA PARENTES

 

 

 

 

 

CALENDÁRIO ELEITORAL

 A partir deste sábado, os políticos que pretendem disputar as eleições de outubro estão proibidos de aparecer em inaugurações de obras públicas. Por esse motivo a população de todos os municípios do Brasil pode se preparar para ver paradas todas as possibilidades de entregas de obras, porque os prefeitos que vão disputar a reeleição não gostam da ideia de entregar obras sem fazer aquele barulho imenso e proferir discursos intermináveis. No caso de Cacoal, a obra esperada para ser entregue este ano era a obra da construção de 300 casas populares, obra que foi iniciada já gestão da ex-prefeita Glaucione Rodrigues. Alguns vereadores de Cacoal que tentavam aparecer como os verdadeiros donos da obra das casinhas não terão a chance de dizer antes das eleições que foram eles os “autores do projeto”, embora nunca tenham sido de verdade. E tem vereador em Cacoal que chegou a fazer grupo de WhatsApp com as famílias contempladas para receber as casinhas. A Justiça Eleitoral deve ficar bem atenta, porque o impedimento para participar de inaugurações não impede nenhum político de usar a obra das casinhas para oferecer vantagens aos eleitores, conduta proibida pela legislação eleitoral.

 PROPAGANDA INDEVIDA

 A partir de hoje os prefeitos que disputarão a reeleição também vão precisar ter muito cuidado com a divulgação de informações sobre a administração, porque as regras da eleição trazem diversas proibições que podem causar dores de cabeça para os candidatos. Usar símbolos de órgãos públicos, slogans de administrações, imagens ou outros elementos que vinculem os gestores públicos à propaganda eleitoral pode causar a impugnação das candidaturas ou mesmo a cassação de diploma dos eleitos. E as proibições não se limitam à conduta individual dos agentes públicos pré-candidatos ou candidatos. A lei proíbe qualquer conduta que tenha a finalidade de fazer propaganda de nomes de pessoas que participam da disputa. É comum ver pré-candidatos usando músicas, frases e slogans no período de pré-campanha e isto é permitido pela legislação eleitoral. Porém o uso das mesmas frases após a realização das convenções pode criar situações que geram a impugnação das candidaturas. Existem muitos casos de pré-candidatos que usaram durante a campanha as mesmas frases e slogans da pré-campanha e tiveram o diploma cassado. Como as regras para este ano são mais duras, o melhor caminho é uma boa assessoria formada por pessoas que conheçam as normas da eleição.

 BAIRRO PLANALTO

O prefeito Adailton Fúria vai precisar dar várias explicações aos moradores do bairro Planalto em Cacoal. Diversos moradores do bairro têm reclamado com frequência da falta de água no bairro e não é por simples interrupção do serviço. O problema é que, há vários anos, o prefeito prometeu que levaria ao bairro a rede de água do SAAE, mas até o último sábado a promessa não tinha sido cumprida. Os moradores reclamam que foram discriminados pelo prefeito e que ele gosta de fazer barulho, mas, na hora de resolver os problemas, inventa conversas e vai levando o povo com a barriga. A ausência da rede de água tratada no bairro não é o único problema, porque a comunidade também recebeu muitas promessas de que as ruas do bairro Planalto seriam asfaltadas, mas as promessas não foram cumpridas. A assessoria do prefeito convidou os moradores do bairro para uma reunião no início da próxima semana e o assunto deve ser discutido com maiores detalhes. Segundo os moradores, os únicos benefícios levados pela Administração Municipal ao bairro Planalto aconteceram ainda no tempo em que o município era administrado pela ex-prefeita Glaucione Rodrigues Neri. As pessoas que moram no bairro reclamam que, no período de campanha, vários candidatos fazem inúmeras reuniões e prometem de tudo, mas somem depois da campanha e nunca mais atendem nem as mensagens dos moradores no celular.

FALSAS PROMESSAS

As promessas feitas e não cumpridas aos moradores do bairro Planalto não partiram apenas do prefeito, conforme dizem os moradores. O vereador Ezequiel Minduim também está entre os políticos que fizeram promessas durante a campanha e depois sumiram do bairro. Nos últimos meses, quando definiu que vai disputar a reeleição, o vereador tem buscado contato com os moradores e alguns de seus assessores fazem de tudo para explicar a ausência do vereador no bairro, nos últimos três anos e meio. Durante a campanha de 2020, Ezequiel Minduim fez diversas reuniões com pessoas do bairro e firmou algumas promessas que até hoje não foram cumpridas. Como os políticos costumam voltar três ou quatro depois às bases e pedir votos novamente, é muito provável que o vereador participe da reunião marcada pela assessoria do prefeito em um restaurante localizado próximo ao bairro. Com certeza, o vereador Minduim não será o único com dificuldades para explicar sobre promessas feitas em 2020, porque em diversos outros setores da cidade as pessoas lembram de outros casos. Alguns vereadores prometeram gerar empregos, outros prometeram criar guarda municipal, outros prometeram trazer indústrias para o município, além de concurso público e outras histórias. Os vereadores podem até não lembrar das promessas que fizeram, mas os eleitores possuem uma lista enorme e prometem cobrar na campanha desse ano.

EMPREGOS PARA PARENTES

No município de Cacoal e diversas outras cidades de Rondônia, essa história de ver políticos que andam pela cidade durante a campanha e prometem empregos é uma tradição política e ninguém entende por que a população acredita nisso. No caso de Cacoal, os vereadores têm direito a três assessores que são nomeados em seus gabinetes e talvez esses sejam os únicos empregos que podem ser oferecidos em campanha, mas geralmente os candidatos prometem trazer indústrias, investir no agronegócio, retomar a produção de cacau no município e investir no comércio. Pode parecer muito estranho, mas existem muitas pessoas que acreditam nessas promessas e até ajudam divulgar, mesmo sabendo que é tudo papo furado. Na realidade, além dos três cargos de assessores de gabinetes, alguns vereadores de Cacoal conseguiram nomear suas esposas, irmãos e outros parentes em gabinetes de deputados estaduais, mas esse tipo de emprego é bem complicado, porque os vereadores que adotam essa prática ficam com o rabo preso e não resolvem nenhum problema da cidade, porque seus mandatos ficam comprometidos com os deputados que empregam seus parentes na Assembleia Legislativa. Infelizmente, quatro ou cinco vereadores de Cacoal atualmente vivem esta situação. E se forem reeleitos, esses serão os únicos empregos pelos quais eles vão lutar. O resto é conversa para boi dormir.

MINISTRO ANDREAZZA

No início desta semana, o Partido Verde realizou um evento no município de Ministro Andreazza para apresentar os pré-candidatos que vão liderar a chapa majoritária da sigla no município. O empresário Odair da Nelore e a professora Majô Moraes foram os nomes escolhidos pelo PV. Na ocasião, também foram apresentados alguns nomes de pré-candidatos a vereadores, entre eles o fisioterapeuta Marcos Moreira, conhecido como Marquinhos do São Vicente. Antigo esportista com atuação em Cacoal e Ministro Andreazza, Marquinhos do São Vicente quer organizar sua equipe para participar da eleição, caso seja aprovado na convenção do Partido Verde. Odair da Nelore disputou as eleições em 2016 no município e teve um resultado muito positivo, embora não tenha vencido, mas ele ficou com quase 45% dos votos de Ministro Andreazza.  Em 2016, Odair da Nelore teve cerca de 2.400 votos, bem mais do que a quantidade de votos obtida pelo atual prefeito, Mila da Agricultura, eleito em 2020 com 1.923 votos. Até o presente momento, três nomes são citados como pré-candidatos à Prefeitura de Ministro Andreazza. Além do atual prefeito Mila da Agricultura, o ex-prefeito Wilson Laurent deve disputar a eleição. Neste cenário, tudo indica que haverá uma disputa muito acirrada no município entre os três nomes e não será nenhuma surpresa qualquer resultado ocorrido nas urnas.

ALMIR SURUÍ

E já que o assunto é a eleição de outubro, o PDT de Cacoal anunciou recentemente que o líder indígena Almir Suruí será o nome do partido na disputa pela Prefeitura de Cacoal. Almir Suruí disputou as eleições em 2022 para o cargo de deputado federal, quando teve 3.901 votos em Rondônia. Naquela eleição, Almir Suruí conseguiu 769 no município de Cacoal. Na disputa desse ano, ele deverá ter em seu palanque, caso tenha o nome confirmado nas convenções, o ex-senador Acir Gurgacz, que disputou a reeleição em 2022, mas acabou tendo sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral. O líder indígena Almir Suruí é muito conhecido no Brasil e também em diversos países, mas nunca disputou eleição de prefeito no município de Cacoal. Sua participação nas eleições de 2022 não serve de parâmetro para a eleição deste ano, porque o cenário era muito diferente de uma eleição municipal onde os debates são voltados para pautas específicas do município. Com a entrada do nome do pré-candidato do PDT nas discussões, aumenta a lista que já conta com João Paulo Picheck, Márcio Folli, Celso Popó e o atual prefeito, Adailton Fúria. Claro que todos os nomes citados nas discussões ainda terão que passar pelo processo de convenções e não há como confirmar que todos estarão oficialmente na disputa, a partir de 16 de agosto. Os últimos acontecimentos políticos no estado indicam que alguns desses nomes podem sair da disputa, após conversas de lideranças políticas da região.

BASTIDORES POLÍTICOS

O vereador João Paulo Picheck, que foi anunciado como o pré-candidato do PP a prefeito de Cacoal, pelo ex-senador Ivo Cassol tem circulado nos bairros e linhas rurais falando com as pessoas sobre a possibilidade de participar da eleição de prefeito e se tiver mesmo o apoio de Ivo Cassol, pode conseguir formar um bom grupo em Cacoal. O problema é que a deputada Sílvia Cristina se filiou ao partido poucos dias atrás e faz parte do grupo político que apoia o atual prefeito de Cacoal. Mesmo que o PP tenha na presidência estadual Ivo Cassol, isso não garante a confirmação da candidatura do vereador, porque recentemente Cassol recebeu em sua casa, no município de Rolim de Moura a visita do prefeito Adailton Fúria. O teor da conversa entre o ex-senador e o prefeito não foi divulgada e jamais seria, mas todo mundo sabe em Cacoal que Adailton Fúria tenta viabilizar uma disputa em que ele seja o único candidato. Pela mesma razão, Celso Popó, o pré-candidato do PL em Cacoal também não tem certeza sobre nada que pode acontecer até o dia 5 de agosto, quando termina o prazo para a realização de convenções partidárias. O senador Marcos Rogério, presidente do PL em Rondônia, já fez diversos discursos dizendo que é apaixonado pelo prefeito de Cacoal. Como Adailton Fúria é considerado favorito na disputa, é muito difícil acreditar que Marcos Rogério vai insistir na candidatura de Celso Popó. Nas eleições de 2020, o mesmo senador levou seu grupo para o palanque de Glaucione, que também era favorita para vencer, antes de sua prisão. João Paulo Picheck e Celso Popó precisam de ficar de olhos bem abertos.

GREVE NA EDUCAÇÃO

Os professores e técnicos educacionais de Rondônia estão muito insatisfeitos com o governador Marcos Rocha e a secretária de educação do estado, Ana Lúcia Pacini. O motivo da insatisfação é que o governo de Rondônia havia prometido reajustar os valores das gratificações dos servidores e pagar as diferenças já no mês de junho. A promessa não foi cumprida e os servidores estão muito irritados com o fato. Esta semana, ocorreram assembleias envolvendo professores e técnicos de todos os municípios de Rondônia e tudo indica que eles se preparam para uma greve com início previsto para os primeiros dias de agosto, caso o governo não apresente uma posição oficial a favor dos trabalhadores. O movimento grevista somente não teve início ainda esta semana, porque os servidores estarão em recesso escolar durante 15 dias do mês de julho. Porém em todas as regionais do SINTERO ficou decidido que, após o encerramento do prazo de recesso, haverá novas assembleias para definir a data de início da greve. Caso aconteça uma greve da educação em Rondônia a partir de agosto, os candidatos a prefeitos e vereadores ligados ao governador Marcos Rocha podem ter grandes prejuízos nas urnas, embora o governo não tenha feito essa avaliação.

 

 

 

 

 

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