O que faltou diante do Uruguai já tinha faltado contra a Colômbia e a Costa Rica. Brasil tem dificuldade na saída de bola e em conectar meio e ataque para se impor e cai nos pênaltis.Uma eliminação com o carimbo de erros que se repetiram no decorrer da Copa América.
Dorival Júnior disse que a Seleção volta para casa com mais pontos positivos do que negativos, mas no momento é preciso se preocupar – e muito – com a dificuldade para encontrar espaços, conectar meio de campo e ataque, e ferir seus adversários. Contra o Uruguai, o roteiro se repetiu e a queda nos pênaltis castigou um time que não apresentou argumentos suficientes para sequer chegar perto de vencer.
Falando do jogo em si, Brasil e Uruguai não fizeram jus nem de perto à tradição que carregam. As 41 faltas (26 dos uruguaios) deram o tom de um clássico picotado, nervosos e com mais preocupação em se proteger do que agredir.
O Uruguai colocava Pellistri e Darwin Nuñez na meia lua e fechava espaços para que Alisson, Militão e Marquinhos fossem além de carimbar a bola de um lado para o outro. Curiosamente, foi a partir da ecessidade de alongar as bolas que a Seleção melhorou.
Paquetá foi bem nas segundas bolas e acabava ou segurando para que o time saísse ou desviando para que os atacantes aproveitassem os espaços nas costas da zaga. Foi assim que Raphinha ficou frente a frente com Rochet duas vezes, mas parou no goleiro do Inter.
A força de Endrick para disputas diretas também ajudou o Brasil nesse jogo de maior profundidade e incomodou bastante os zagueiros uruguaios. Em determinado momento, o clima ficou quente até demais e a Seleção soube usar a intensidade a seu favor para terminar o primeiro tempo melhor.
Os espaços na frente da área, por sua vez, voltaram a gerar problemas e foi a partir de uma finalização de Ugarte por ali que o Uruguai teve sua melhor chance. Os 50% de posse de bola para cada lado, 5 a 4 de finalizações para os uruguaios e 2 a 0 de finalizações no gol para os brasileiros demonstram o quanto a etapa inicial foi equilibrada.
O Uruguai voltou do intervalo com maior agressividade e se manteve no campo de ataque pelos primeiros dez minutos. A partir do momento que Rodrygo entrou no jogo, o Brasil conseguiu respirar um pouco mais e foi em arrancada do camisa 10 que ficou em superioridade numérica. Nandez fez falta feia em carrinho por trás e foi expulso.
A entrada de Evanilson e até mesmo Militão avançado para buscar bolas aéreas nos minutos finais foram as alternativas. Nada que levasse muito perigo ao gol de Rochet.
Reflexo de um time que deixa a Copa América com a defesa arrumada, mas com muito a ajustar do meio para frente.
(G1)