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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Em declaração conjunta, países europeus pedem que Venezuela divulgue atas de eleição presidencial

 

Um grupo de sete países europeus divulgou uma declaração conjunta neste sábado, pedindo que a Venezuela divulgue as atas da eleição presidencial de 28 de julho para “total transparência e a integridade do processo eleitoral”.

A declaração foi assinada por Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Polônia e Portugal. O grupo afirma que segue acompanhando de perto a situação e apoia o “apelo do povo venezuelano pela democracia e a paz.”

“A oposição indica que recolheu e publicou mais de 80% das atas eleitorais elaboradas por cada mesa de voto. Esta verificação é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano”, diz o documento.

    • O presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelas eleições no país e que é presidido por um aliado do presidente, com 51,95% dos votos contra 43,18% do opositor Edmundo Gonzáles. A oposição contesta o resultado, dizendo que Gonzáles venceu com 67% dos votos contra 30% de Maduro, segundo uma contagem paralela.

Os países pedem que os direitos dos venezuelanos de se manifestar seja respeitado bem como a liberdade de se reunir.

Na quinta-feira (1º), Maduro disse ter prendido mais de 1.200 pessoas após os protestos que tomaram o país após a eleição. “Todos os criminosos fascistas vão para Tocorón e Tocuyito, para prisões de segurança máxima, para que paguem pelos seus crimes perante o povo”, escreveu em uma publicação na rede social X.

Brasil, Colômbia e México emitiram uma nota conjunta na quinta-feira (1º) pedindo a divulgação de todas as atas eleitorais na Venezuela e solução da desavença pelas “vias institucionais”.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) disse não reconhecer o resultado das eleições no país. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.

Uma contagem realizada pela Associated Press de atas eleitorais divulgadas na sexta-feira (2) pela oposição do país também mostrou, segundo a agência, que Edmundo González obteve significativamente mais votos nas eleições do que o governo de Maduro reconheceu.

Protestos em Caracas
Maria Corina Machado em discursos durante manifestação contra Maduro neste sábado (3) — Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Neste sábado, opositores e apoiadores de Maduro fizeram manifestações na Venezuela. Em Caracas, os dois protestos aconteceram ao mesmo tempo. A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, chegou à manifestação de caminhão, acompanhada por vários colegas políticos, mas não por seu candidato Edmundo González.

“A violência não vai derrubar a verdade”, disse.

Corina pediu à população para a manifestação ser pacífica: “Nós não agrediremos”. Ela declarou também que o atual presidente não esperava a reação da população, que contesta o resultado divulgado.

Os apoiadores a favor do governo realizaram uma motociata pelas ruas de Caracas.

Maduro disse na quarta (31) que Corina Machado e Edmundo González “têm que estar atrás das grades” e os convocou a “deixarem de ser covardes” e “se apresentarem ao MP para dar a cara a tapa”. O presidente também prometeu que “a Justiça vai chegar” para eles.

Íntegra do comunicado

“Declaração conjunta sobre a Venezuela do Chanceler da República Federal da Alemanha, do Presidente do Governo de Espanha, do Presidente da República Francesa, do Presidente do Conselho de Ministros da República Italiana, do Primeiro-Ministro dos Países Baixos, do Primeiro-Ministro da República da Polônia e do Primeiro-Ministro da República Portuguesa.

Expressamos a nossa forte preocupação com a situação na Venezuela após as eleições presidenciais do passado domingo.

Apelamos às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas eleitorais, de forma a garantir a total transparência e a integridade do processo eleitoral. A oposição indica que recolheu e publicou mais de 80% das atas eleitorais elaboradas por cada mesa de voto. Esta verificação é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano.

A vontade do povo venezuelano, bem como o seu direito de manifestação pacifica e a liberdade de reunião também têm de ser respeitados.

Vamos continuar com os nossos parceiros a acompanhar de perto a situação e a apoiar o apelo do povo venezuelano pela democracia e a paz.”

(G1)

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