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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Mulheres chefiam metade dos lares brasileiros, segundo o IBGE

Cresce também o número de pessoas morando sozinhas, principalmente idosas

Em dez estados, o percentual de mulheres responsáveis pela unidade doméstica foi superior a 50% – (crédito: Freepik)

Em um período de um pouco mais de uma década, o Brasil apresentou uma mudança na estrutura dos domicílios, em que as mulheres são, cada vez mais, protagonistas. Também aumentou o número de casais homoafetivos morando sob o mesmo teto e mais pessoas que moram sozinhas, principalmente, idosas. É o que diz a Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo — um recorte do Censo Demográfico 2022 —, divulgado ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dez estados — Pernambuco, Sergipe, Maranhão, Amapá, Ceará, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba, Bahia e Piauí —, o percentual de mulheres responsáveis pela unidade doméstica foi superior a 50%.

Desde os 20 anos, a assessora de comunicação Joyce Mattos é a chefe do próprio lar. Hoje, aos 31 anos e mãe solo, ela se desdobra para sustentar a filha de 7 anos, e conta apenas com a ajuda da pensão de um salário mínimo paga pelo pai da criança.

Maioria parda

Entre os dados mais relevantes da pesquisa, o número de chefes de domicílios autodeclarados pardos superou, pela primeira vez, o número de brancos. O Censo registrou 43,8% de pessoas pardas responsáveis pelo lar, em comparação com 42,2% de pessoas brancas. Em 2010, esses percentuais eram, respectivamente, 40% e 49,4%.

A proporção de pessoas pretas subiu de 9% para 11,7%; e a de indígenas variou de 0,4% para 0,5%. Por outro lado, a proporção de pessoas amarelas responsáveis pelas unidades caiu de 1,2% (2010) para 0,5% (2022).

Os dados do IBGE também mostram que a maioria das pessoas responsáveis pelas unidades domésticas tinha mais de 40 anos (67,3%). Em comparação com 2010, eram 62,4%. Cerca de 40% dos brasileiros, em 2022, estavam na faixa de 40 a 59 anos, seguida pela de pessoas com 60 anos ou mais (27,2%).

Luciene Longo diz que o alto percentual de pessoas com mais de 60 anos vivendo sozinhas pode estar relacionado com o envelhecimento saudável da população, que permite uma vida mais longeva e autônoma. “As pessoas idosas apresentam maior chance de morar sozinhas em razão de diversos acontecimentos do ciclo de vida, seja em relação à morte do companheiro ou da companheira, de divórcio, da saída dos filhos dos domicílios. Essas são características que ajudam a explicar o fato de os responsáveis dessa faixa estarem sobrerrepresentados nas unidades unipessoais”, explica a analista do IBGE.

Diversidade

O IBGE aponta uma redução do números de lares de famílias com responsável, cônjuge e filhos. Os percentuais recuaram de 41,3%, (2010) para 30,7%, (2022). Por outro lado, a proporção de domicílios com casais sem filhos subiu de 16,1% (2010) para 20,2% (2022). As unidades domésticas mais comum são aquelas em que vivem apenas um casal, um casal com filhos ou apenas uma pessoa com filhos — 64,1% do total, queda de 2 pontos percentuais em relação a 2012. Em seguida, estão o domicílio unipessoal (18,9%) e o domicílio estendido, onde algum parente também mora na casa, como um neto ou um avô (15,4%).

O número de pessoas que vivem sozinhas também aumentou de forma expressiva. Em 2010, o percentual daqueles que não compartilhavam o lar com ninguém era de 12,2%. Doze anos depois, subiu para quase 19%.

Entre as unidades da Federação com maior proporção de lares de casais homoafetivos, Distrito Federal (0,76%), Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,67%) lideram as estatísticas.

(Correio Braziliense)

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