O dólar voltou a subir na manhã desta quarta-feira (19) e bateu R$ 5,46 nas primeiras horas do pregão, enquanto o mercado aguarda a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central sobre a taxa básica de juros. A expectativa das instituições financeiras é que a Selic tenha o ciclo de cortes interrompido e seja mantida em 10,5% ao ano.
O mercado também espera que haja unanimidade entre os diretores do BC, após o racha no colegiado na reunião do mês passado. Na ocasião, quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram a favor de um corte maior da Selic, de 0,50 ponto percentual. No entanto, outros cinco membros, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, votaram por uma redução menor, de 0,25 ponto percentual.
A decisão do Copom ocorre um dia após Lula tecer críticas a Campos Neto. Em entrevista a uma rádio, o petista afirmou que o chefe do BC não demonstra “autonomia”, tem “lado político” e trabalha para “prejudicar” o país.
“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, afirmou.
Ainda na agenda política, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve receber nesta quarta os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), para um almoço. Os dois principais pontos em discussão são a busca por uma compensação para a desoneração dos 17 setores e das prefeituras e a proposta de renegociação de dívidas dos estados.