Irmão do ex-presidente Lula, Frei Chico, é dirigente de uma das entidades investigadas por descontos ilegais nas aposentadorias do INSS Foto: Foto: Monalisa Lins/AE1
BRASÍLIA — A base do governo barrou, nesta quinta-feira, 16, a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na CPI do INSS. Ele é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), uma das entidades na mira da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, por descontos ilegais a aposentados.
A pauta da comissão tinha onze requerimentos para convocá-lo. Uma delas é de autoria do relator, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Um dia antes da sessão, ele pediu a prisão preventiva do presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza, o Milton Cavalo. O parlamentar havia prometido que tomaria tal medida uma semana antes, quando o investigado depôs na CPI e ficou em silêncio.
A entidade registrou um salto de 563,9% no faturamento de 2020 a 2024 e chegou à receita de R$ 154,7 milhões. Segundo as investigações, uma empresa de familiares de dirigentes, a Gestora Eficiente, recebeu R$4,1 milhões em “comissões” por processar filiações de aposentados.
“A oitiva de Frei Chico, como dirigente, é necessária para detalhar como o sindicato conseguiu tamanho incremento e se havia controle sobre os convênios firmados”, argumenta Alfredo Gaspar.
Na semana passada, durante o depoimento de Milton Cavalo, Gaspar ameaçou usar o silêncio dele para justificar uma convocação de Frei Chico à CPI, causando o protesto de governistas. O dirigente só quebrou o silêncio para responder ao ex-ministro de Lula e deputado do PT Paulo Pimenta (RS) sobre a atuação do irmão do presidente da República no sindicato.
Também nesta quinta-feira, a CPI do INSS rejeitou o pedido de prisão do presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, apresentado por Alfredo Gaspar.
O relator argumentou que Milton “comandou esquema criminoso que desviou milhões de reais dos benefícios previdenciários de aposentados entre 2015 e 2025, mediante fraude massiva”.
A defesa de Milton celebrou o resultado. “A defesa de Milton Baptista Filho vê como correta a decisão colegiada da CPI do INSS em rejeitar o pedido de prisão preventiva direcionado a seu constituído”, diz nota escrita por Daniel Bialski, Bruno Borragini e André Bialski. “Medidas extremas que limitam a liberdade de qualquer cidadão não podem ser tratadas como algo banal como, infelizmente, se viu por parte de alguns integrantes da comissão.”
O ESTADÃO/
Fonte: MSN


