Confira as notícias do dia, por Cícero Moura
O 12 de outubro não é apenas Dia das Crianças. Desde 2009, a data carrega também o título de Dia Nacional da Leitura, instituído pela Lei 11.899, e acompanhada da Semana Nacional da Leitura e da Literatura.
CULTURA
Um lembrete de que ler não é luxo, mas direito e necessidade. E o mais importante, qualquer pessoa pode ter acesso ao conhecimento, basta querer.
PARLAMENTO
Em Rondônia, a Assembleia Legislativa assumiu protagonismo ao instituir políticas, criar uma biblioteca legislativa e firmar parcerias com a Academia Rondoniense de Letras.
PARLAMENTO 2
São gestos importantes, porque a leitura, como lembra a deputada Ieda Chaves (União Brasil), é “a base da liberdade intelectual”.
POLÍTICA DE ESTADO
A criação da Biblioteca Legislativa Deputada Lúcia Tereza Rodrigues e a parceria com a Academia Rondoniense de Letras mostram que o Parlamento está atento ao tema.
LEI
A própria Semana Estadual do Livro, instituída por lei do deputado Ismael Crispin (MDB), reforça a importância de consolidar políticas permanentes para o livro e a leitura.
MESTRES
Educadores também lembram: bibliotecas e escolas só cumprem sua missão quando deixam de ser depósitos de livros e se tornam espaços vivos, dinâmicos, iluminados, com acervos atualizados e atividades que despertem a imaginação.
AUSÊNCIA
Mas há uma lacuna gritante. Por que Porto Velho ainda não tem uma Feira do Livro nos moldes das grandes capitais brasileiras?
OUTROS ESTADOS
Em cidades como Belém, Manaus, Recife, Curitiba e São Paulo, feiras literárias reúnem escritores renomados, editoras, jovens autores, escolas e milhares de leitores em busca de novas histórias.
CARÊNCIA
Aqui, seguimos órfãos de um evento que poderia movimentar a economia criativa, atrair turismo cultural, valorizar escritores locais e, sobretudo, estimular uma nova geração de leitores e escritores em Rondônia.
DEBATES
Não se trata apenas de montar estandes e vender livros. Uma feira é espaço de encontros, de debates, de pertencimento e de incentivo à produção literária.
DEBATES 2
Onde jovens talentos têm a chance de mostrar seus textos, conhecer referências e sentir que também podem ser parte do mundo da escrita.
OPINIÃO
Enquanto a feira não chega, seguimos celebrando iniciativas isoladas – muitas vezes sustentadas por professores, bibliotecários e projetos culturais que fazem muito com pouco. Mas é hora de Porto Velho ousar mais.
OPINIÃO 2
Se queremos uma sociedade leitora, precisamos transformar a leitura em festa, em experiência coletiva, em espetáculo de ideias.
OPINIÃO 3
Uma Feira do Livro em Porto Velho seria um divisor de águas — e a capital de Rondônia não pode continuar de fora desse circuito.
OPINIÃO 4
Porque ler, além de resistir, também é celebrar. E nossa capital precisa aprender a celebrar seus livros e seus leitores.
EXEMPLO
Eu poderia mostrar diversos exemplos de feiras bem sucedidas que retratam o quanto ainda é possível acreditar em uma cidade mais culta e consequentemente mais educada. Vou relatar um exemplo recente ocorrido mês passado no Rio Grande do Sul.
SANTA MARIA
A Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS), viveu dias de efervescência cultural com a realização da 52ª Feira do Livro, considerada uma das maiores da América Latina.
PASSOU DE 30 MIL
Em 16 dias, foram comercializados 30,6 mil livros, consolidando a feira como o maior acontecimento cultural do município.
DIVERSIFICAÇÃO
A programação ofereceu de tudo um pouco: sessões de autógrafos, debates literários, apresentações artísticas e espaços voltados para crianças e famílias.
LEGADO
O saldo da Feira de Santa Maria é inequívoco: sucesso de público, recorde de vendas e, principalmente, um impacto social profundo.
LEGADO 2
Feiras literárias não são apenas eventos sazonais, mas sim políticas públicas culturais capazes de transformar cidades. Elas estimulam a leitura, aproximam escritores de leitores, movimentam a economia criativa, fortalecem a identidade local e ajudam a formar cidadãos mais críticos e participativos.
PORTO VELHO
Enquanto celebramos o sucesso da feira gaúcha, não podemos deixar de olhar para Rondônia e fazer um questionamento: por que Porto Velho ainda não tem uma feira literária de porte semelhante?
PORTO VELHO 2
Imagine a Praça Aluízio Ferreira ou o Espaço Alternativo tomados por estandes, debates, escritores locais, editoras, contação de histórias e jovens descobrindo o prazer de ler.
PORTO VELHO 3
Santa Maria nos dá a prova concreta de que a leitura, quando celebrada, pode se tornar o maior espetáculo popular de uma cidade. Resta saber quando Rondônia ousará transformar este sonho em realidade.
FRASE
A leitura é a ferramenta mais simples e mais poderosa para transformar ignorância em consciência.
