OPERAÇÃO RACHADINHA 2.0: Polícia Civil de Rondônia anuncia novas operações e detalha fase ostensiva da Operação Ouro de Areia na ALERO

A busca na ALERO foi pontual, em uma estação de trabalho de servidor investigado – Foto: Marcelo Gladson / O OBSERVADOR

Em coletiva nesta manhã, a Polícia Civil de Rondônia anunciou um pacote de ações contra o crime organizado no estado e detalhou a fase ostensiva da Operação Ouro de Areia, que apura suposto esquema de “servidores fantasmas” e a chamada “Rachadinha 2.0” na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO). As autoridades reforçaram a integração com o Ministério Público (GAECO/MP-RO) e esclareceram que nenhum dos 24 deputados estaduais foi alvo de medidas nesta fase.

Principais anúncios da coletiva
– Novas operações no estado: seis ações simultâneas — cinco no interior contra facções e uma na capital (Operação Ouro de Areia).
– Cooperação institucional: atuação coordenada entre Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Militar e apoio do Judiciário; novas fases já são planejadas.
– Canal de denúncias: a DRACO/DRAC 2 mantém canal aberto para denúncias, inclusive anônimas, sobre crimes contra a administração pública.

Operação Ouro de Areia: o que foi cumprido
– 1 prisão preventiva realizada na madrugada.
– 12 medidas cautelares que proíbem investigados de acessar a ALERO.
– 9 mandados de busca e apreensão.
– 3 afastamentos cautelares de servidores da função pública.
Local de busca na ALERO: estação de trabalho de um servidor, na Divisão de Recursos Humanos. Não houve busca em gabinetes parlamentares.

Como funcionaria a “Rachadinha 2.0”, segundo a investigação
– Nomeações articuladas por um servidor apontado como líder do núcleo.
– Duas modalidades: “rachadinha” (repasses de parte do salário) e “servidor fantasma” (ausência de trabalho).
– Empréstimos consignados: comissionados recém-nomeados fariam consignados em longas parcelas (até 96), com valores repassados ao líder e pulverizados — indicativo de lavagem de dinheiro.
– Prejuízos: a Polícia Civil fará cálculo após análise de quebras bancária e fiscal. Há relatos de servidores com empréstimos de R$ 80 mil que viraram dívidas próximas de R$ 300 mil. O dano à ALERO será mensurado separadamente.

Escopo e andamento do inquérito
– Início: meados de 2024, a partir da denúncia de uma vítima.
– Fases: etapa sigilosa (coleta e análise de dados) seguida pela fase ostensiva, deferida pela 1ª Vara de Garantias de Porto Velho.
– Próximos passos: perícia em eletrônicos, análise documental e possível deflagração de novas fases, caso surjam indícios de novos autores ou crimes.

Esclarecimento oficial
– Não há parlamentares investigados: nenhuma medida cautelar ou busca alcançou os 24 deputados estaduais. A busca na ALERO foi pontual, em uma estação de trabalho de servidor investigado.

Mensagem das forças de segurança
As instituições destacaram que a resposta à macrocriminalidade e às facções será permanente, técnica e impessoal, com novas operações já em preparação para os próximos meses.

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