45% dos entrevistados têm percepção de que economia está retomando o crescimento e 42% acreditam que ofertas de emprego devem aumentar. Com a reforma da Previdência aprovada, 64% já pensam em alternativas para complementar aposentadoria
Um levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) mostra que a melhora da saúde pública (39%) e o combate ao
desemprego (39%) foram apontados pelos consumidores brasileiros como os
principais problemas a serem enfrentados este ano para a retomada do
crescimento econômico. O ranking de temas que merecem a atenção em 2020 é
seguido por investimentos em educação (38%), combate à corrupção (25%),
combate à violência (20%) e controle da inflação (18%), além da
diminuição de impostos (18%).
As áreas que mais devem registrar avanços neste ano, segundo a
percepção dos entrevistados, são a criação de vagas de emprego (42%
acreditam que irá aumentar), o combate à inflação (35% acreditam que ela
irá reduzir) e a diminuição da inadimplência (32% acreditam que irá
reduzir). Por outro lado, os consumidores avaliam que algumas áreas não
devem evoluir, como a melhora da renda e salário, que para 43% seguirão
estagnados, e os investimentos em saúde, que para 42% não irão se
alterar.
Embora a retomada do ambiente econômico ainda aconteça em ritmo gradual,
os brasileiros estão, em algum grau, otimistas com o cenário para 2020.
De acordo com a pesquisam, 45% dos entrevistados têm a percepção de que
a economia vem se recuperando, embora 37% avaliam que essa retomada
acontece de forma lenta e apenas 8% de maneira acelerada. Já 31% não
percebem sinais de crescimento e 17% acham que a situação está piorando.
Outros 7% não sabem avaliar.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o que
se espera é que os setores de comércio e serviços voltem a empregar,
fazendo o dinheiro circular novamente. “Alguns avanços foram percebidos
durante o primeiro ano da gestão do novo governo, como a reforma da
previdência, mas há muitos desafios a serem enfrentados, principalmente
diante do alto índice de desemprego no país”, afirma.
66% dos entrevistados consideram reforma tributária necessária; 32%
estão otimistas com impactos da reforma da previdência na economia
Na avaliação dos entrevistados, a aprovação das reformas estruturais
deve melhorar o ambiente econômico do país. Para 66% dos brasileiros, a
reforma tributária, que prevê a reestruturação do sistema de cobrança
dos impostos no Brasil, é necessária. Também é considerada necessária a
reforma administrativa (58%), que contempla a revisão de salários do
funcionalismo público e o fim da estabilidade. Outra medida considerada
importante pelos entrevistados é a chamada ‘PEC Emergencial” (57%), que
propõe a criação mecanismos de redução dos gastos públicos quando saírem
do controle.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a maioria dos
brasileiros sente que a arrecadação de impostos não se reflete de
maneira justa em benefícios sociais, assim como os próprios empresários.
“A carga tributária avançou muito nas últimas décadas e a sensação é de
que não há retorno em serviços públicos de qualidade. Não bastasse o
peso da carga, as empresas enfrentam uma burocracia enorme para ficar em
dia com o fisco, o que afugenta investimentos e prejudica a
competitividade na indústria, nos serviços e nos demais setores
produtivos”, pondera Marcela.
Dentre os entrevistados que defendem a reforma tributária, 38%
justificam que sua aprovação poderá reduzir a burocracia no pagamento de
impostos e melhorar a questão fiscal no país (36%). Outros 36%
acreditam que a reforma vai estimular o consumo e o dinheiro circulante
na economia, enquanto 32% acham que deve reduzir a sonegação de
impostos.
De forma geral, a maioria das pessoas ouvidas acredita que as novas
reformas propostas pelo governo têm chances de serem aprovadas,
principalmente a abertura ao comércio internacional (60%) e as
privatizações e concessões (59%).
O levantamento ainda revela que sete em cada dez (68%) entrevistados
avaliam que a recente reforma da previdência foi necessária. Com a sua
aprovação, 32% mostram-se mais otimistas em relação à retomada do
crescimento econômico, enquanto 31% estão indiferentes por não achar que
a reforma traga grandes mudanças e 26% disseram estar pessimistas.
E com a reforma da Previdência aprovada, muitos brasileiros já
repensaram o seu futuro. A maioria (64%) dos entrevistados disse que
pretende adotar alguma medida para garantir ou complementar a
aposentadoria oficial, sendo que 37% planejam continuar trabalhando e
34% querem guardar dinheiro, seja por meio de uma previdência privada ou
por outros tipos de investimento. Já 18% não pretendem adotar algum
tipo de alternativa.
Metodologia
Foram entrevistadas 600 pessoas de ambos os sexos e acima de 18 anos, de
todas as classes sociais, em todas as regiões brasileiras. A margem de
erro é de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.
Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais
completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito
de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema
CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito,
identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram
benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de
decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em
pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do
mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o
desenvolvimento da economia do país.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de
Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas
nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em
conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do
varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre
iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que
juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de
empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
Fonte: CNDL/SPC BRASIL